Hoje uma das minhas grandes amigas, uma das minhas madrinhas do meu casamento e detentora do meu ramo, também casou.
Ainda não foi o dia da entrada triunfante, ainda não foi o dia da cerimónia religiosa, ainda não foi o dia da grande festa, com discursos emocionantes nem com uma primeira dança romântica. Ainda só tive pouco mais do que uma hora para testemunhar o momento bonito do casamento dela com alguém de quem realmente gosta e por quem é, realmente, gostada e pouco mais consegui dizer-lhe do que "sejam muito felizes", porque mais do que ser aquilo que fica bem dizer, é aquilo que lhes desejo.
Mas hoje apercebi-me de uma coisa em que nunca tinha pensado, não desta maneira.
Quando estava de pé nas costas dela, a vê-la a dar o primeiro beijo ao recém-marido e a pôr-lhe a aliança no dedo, pensei, com alguma dificuldade em conter as lágrimas, "a minha irmã está a casar-se".
Sempre dissemos que éramos membros da família que a vida nos deu a escolher, mas hoje percebi que somos mesmo isto: irmãs do coração, que se apoiam uma à outra, que já discutiram uma única vez, que enfrentam as adversidades lado a lado e que não se abandonam nunca.
E se alguma vez achei que os amigos são passageiros, hoje, e depois de muitas mudanças na vida de cada um de nós, tenho a certeza de que os amigos verdadeiros não são nunca passageiros, mas são como as famílias: estão presas por um nó tão cego uns aos outros que mesmo que queiram não podem separar-se.
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