Há uns anos, quando estava a fazer Erasmus em Paris, escondi-me com a minha mãe de um tiroteio numa das maiores estações de metro/RER e ainda tive o desprazer de ver, pela primeira vez, um homem com uma ferida de bala na perna. Foi, também, a primeira vez que vi armas - metralhadoras - ao vivo, a cores e a palmos do meu nariz.
Entretanto habituei-me a conviver com esse tipo de armas nas raras ocasiões em que me aproximava da Torre Eiffel, mas o efeito da familiaridade passou quando vim embora e deixei aquela minha cidade.
Desta vez, enquanto corria a cidade à procura de paninis para almoçarmos, cruzei-me com um grande grupo de Gendarmerie armado e com um trio de soldados de metralhadora em punho, apenas porque estávamos no Trocadéro, em frente à maldita torre, e voltei a sentir aquele aperto no estômago e o medo de que aquela porcaria escorregue da mão de um deles, aponte para mim e me espete uma bala na barriga.
Para juntar à festa, em três dias que lá estive, houve duas ameaças de qualquer coisa, despertadas por embalagens suspeitas deixadas nas carruagens do metro.
É especialmente disto que gosto no nosso país: é tudo tão pacato e tão descomplicado que as armas são muito mais do que adereços bonitos nas mãos de um militar que se cruza connosco numa banal viagem para o trabalho.
1 comment:
É verdade! Que medinho eu tive!
Aqui, temos cravos na ponta das espingardas..., e depois dá nisto!
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