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In other words...

Monday 31 December 2012

Despedida dolorosa

Nunca fui muito fã de celebrar as passagens de ano. Cada uma é uma derradeira festa com champanhe, amigos, roupa nova e saudosismo onde os sentimentos estão ao rubro, especialmente quando há álcool à mistura que nos leva a fazer declarações de amor a toda a gente, inspirados pelo simbolismo que gostamos de atribuir a esta noite.
O dia 31 de dezembro serve, às vezes, para pensarmos em meia dúzia de segundos, enquanto atiramos as passas obrigatórias para a garganta de modo a que passem o mínimo de tempo possível em contacto com as papilas gustativas, naquilo que os restantes 365 dias nos trouxeram e no modo como os vivemos e para fazer planos para os 365 dias seguintes, que estão mesmo ali, a menos de um minuto de distância. E então passamos a borracha no que de mau aconteceu e começamos um desenho novo numa folha limpa.
Neste ano tudo é diferente e a passagem para 2013 significa que tenho de despedir-me de 2012, agradecer-lhe da melhor maneira que sei tudo o que me trouxe e implorar-lhe em vão para nunca se ir embora, porque não me lembro de viver um ano tão repleto de coisas positivas.
Chego aqui feliz, imensamente feliz, muito mais do que há precisamente um ano atrás. Não fiz planos, não escrevi decisões, não pensei em cada dia ao pormenor e, ainda assim, não retiro um único aspeto negativo destes doze meses que chegam hoje ao fim.
Despeço-me de 2012 com um aperto no coração, quase como se me despedisse de um amigo às portas da morte, porque a fasquia está tão elevada que quase de certeza não será igualada no ano que vem. 

Sunday 30 December 2012

É verdade

Quando pesquiso no google "omeunome e odele", substituindo, obviamente, as palavras pelos nossos nomes, o primeiro resultado que aparece é o de uma rede social brasileira de swing.

Friday 28 December 2012

Sonhos gastronómicos


Toda a gente conhece a velha e sábia história de que a uma pessoa esfomeada não se deve dar um peixe, mas sim uma cana de pesca e ensiná-la a pesar, pois assim conseguirá arranjar comida durante o resto da vida. O Pai Natal também conhece, por isso este ano embrulhou uma máquina de fazer pão, endereçou-a a mim e ao meu amor e fê-la descer a chaminé de casa dos meus pais.
 Hoje de manhã acordámos com um cheirinho delicioso a pão tipo brioche a escapar-se da cozinha para o resto da casa.

Thursday 27 December 2012

Primeiros passos nisto do casamento 12 - o vestido (parte III)

Escolho sempre as melhores alturas para as provas do vestido: ou no dia a seguir aos meus anos, ou no dia a seguir a uma noite e um dia de Natal. O que vale é que ainda estou na fase em que todos os apertos estão por fazer, por isso não corro o risco de rebentar o tecido lindinho, fofinho e perfeitinho que escolhi.
E agora já as três madrinhas viram e aprovaram o futuro vestido.

Wednesday 26 December 2012

Foi Natal, foi Natal


O Natal é a melhor altura do ano. Só peca por ser frio, por haver comida para alimentar um batalhão durante um ano constantemente em cima da mesa e por haver vontade suficiente para a comer, o que tem consequências negativas para quem chega ao ano seguinte cheio de remorsos pelos milhares de calorias extra.
Ainda assim, o Natal é especial todos os anos: o frio lá de fora torna-se mais agradável e as lareiras acesas aquecem ainda mais o ambiente caloroso da família toda reunida e a comida é sempre ótima e, a menos que nos sentemos no sofá a ver televisão durante uma semana, conseguimos chegar à passagem de ano com o peso pré-Natal.
Este ano estivemos em duas casas cheias de gente, de conversas e de gargalhadas, sentámo-nos, como sempre, à mesa das crianças embora já não sejamos assim tão crianças e até já comece a haver uma geração abaixo da nossa, distribuímos e abrimos presentes cujos papéis de embrulho encheram sacos e sacos enormes, entrámos em êxtase quando as pessoas de quem gostamos abriram as prendas que lhes demos, jogámos cartas e jogos de tabuleiro e relembrámos as nossas fases de criança. Por outras palavras, vivemos o Natal intensamente porque, ainda que se repita todos os anos, são só dois dias que passam em quarenta e oito horas estendidas ao máximo.

Saturday 22 December 2012

Matar saudades

E quando começou a anoitecer, ele regressou a casa e trouxe-a também, para encher a nossa casa de risos, doces e panados até serem horas de nos despedirmos até amanhã.

Por muito que aqui escreva, nunca conseguirei expressar as saudades que senti destes nossos serões à vontade, em família, que se repetiam tantas vezes quando ainda morávamos no mesmo lado do mundo.

Friday 21 December 2012

Há algumas coisas que não se chamam sacrifícios

Hoje dormi por partes.
Deitei-me às 2h30 porque tive o segundo jantar de anos do meu irmão (é tipo um Natal antecipado) e quando cheguei a casa ainda me sentei a trabalhar para entregar o trabalho que estava a fazer. Acordei às 4h20 sem sono por ter dormido tão pouco e fui ao aeroporto buscar a minha emigrante americana que chegou para passar o Natal.
Depois das 6h00, quando o sono já não tencionava fazer-se passar despercebido, despedimo-nos, enfrentámos uma tempestade torrencial e meia hora depois estava novamente na cama a tentar readormecer e a pensar se teria sonhado ou se teria mesmo estado no aeroporto.
Acordei depois das 11 com a sensação de que toda esta aventura já tinha acontecido há mais de vinte e quatro horas e com a certeza de que é ótimo rever pessoas de quem temos imensas saudades.

Wednesday 19 December 2012

Dilemas

Como nesta semana trabalho todas as manhãs e tenho as tardes livres (livres é como quem diz, mas enfim), tenho vestido a roupa de desporto mal chego a casa e feito pontualmente a minha hora e tal de pernas, abdominais e braços. No final um banhinho bem quentinho, vestir roupa lavada com o casaco quentinho por cima e o conforto regressa.
A minha ideia era manter esta rotina intensiva até dia 3 de janeiro, quando tiver de voltar ao trabalho normal. No entanto, ontem deitei-me cheia de sono e cheia de dores de garganta... e ainda nenhum deles me abandonou.
Não sei se a minha força de vontade vai manter-se forte ou se o mal estar vai levar a sua avante, especialmente tendo em conta que tenho de sair de casa logo depois do almoço.
É que muscular-me um pouco todos os dias sabe mesmo muito bem, mas não deixa de ser cansativo e exigir bastante do corpo.

Monday 17 December 2012

Foi assim que aconteceu


Fazer desporto enquanto se veem dois episódios seguidos de How I met your mother, ainda que repetidos, é coisa para dar mau resultado. Um dia ainda deixo cair um haltere em cima do pé, ou faço uma contratura nos abdominais.

Sunday 16 December 2012

Primeiros passos nisto do casamento 11 - o vestido (parte II)


Ontem fui fazer a primeira prova do vestido que, neste momento, consiste apenas num acumulado de saias no tecido que eu escolhi e num corpete com o decote recortado de maneira que seja possível mudar aquilo que eu quiser. Ainda é uma coisa relativamente larga e exageradamente comprida, sem nenhumas aplicações e muito básica, mas já deu para perceber como a cor e o modelo me ficam.
Ainda não chorei, mas aconteceu uma espécie de magia: a base já se tinha apagado um bocado e, de tanto vestir e despir, já estava a ficar despenteada, mas olhei-me ao espelho com o vestido posto e achei que estava mesmo gira e que não se notava se tenho barriga, se sou demasiado branca ou se nesta semana comi como um boi e pouco desporto fiz.
Talvez seja essa mesma a função do vestido da noiva, mas fiquei ainda com mais vontade de o ver pronto.

Saturday 15 December 2012

Anniversaire


Fiz ontem a idade que vou ter quando casar. Já estou pronta. Que venha maio.

Wednesday 12 December 2012

Dona de casa desesperada

Passei o dia de ontem todo com dores na perna sem saber porquê.
Só à noite, já deitada, é que me lembrei que talvez se devesse ao facto de, quando andei a aspirar a casa, ter puxado o aspirador com tanta força que este veio embater violentamente na minha canela.

Monday 10 December 2012

Au revoir, 2012

Pedir doze desejos no momento da passagem de ano pode funcionar não porque haja alguém a controlar as vontades do mundo e a decidir se há-de conceder-nos, ou não, aquilo que mais ambicionamos, mas porque nos força a pensar rapidamente naquilo que é mais importante. É aí que os vestidos, as botas, os relógios e os telemóveis são passados para segundo plano e a felicidade, a saúde, as viagens, o amor e a amizade assumem o papel principal.
Nos últimos segundos de um ano velho somos capazes de assumir que é muito mais importante mantermos a relação que temos do que desembrulharmos mais uma peça de roupa, ou que seria muito mais valioso fazermos as pazes com alguém do que podermos passear uma saia nova, mais cara, mais bonita do que as outras todas que temos acumuladas no armário.
Mas também funciona não pedir desejo nenhum, porque foi exatamente isso que fiz na última passagem de ano: estava demasiado ocupada a rir, a conversar e a brindar para me lembrar das passas e para encomendar alguma coisa a 2012.
E ele trouxe-me, na mesma, tudo, ou quase tudo, aquilo que eu queria: as pazes que me faltavam, as amizades que já tinha, o amor que cresceu, o pedido para assumir um novo tipo de relação, um trabalho, saúde e algumas viagens.
No entanto, tirando a saúde, quem me entregou tudo isso de bandeja fui eu, porque quis, porque fiz por isso e a única coisa que posso agradecer a 2012 é não ter estragado todos os sucessos que alcancei.

Sunday 9 December 2012

Assim tudo corre bem


Quando o fim de semana começa assim, tem tudo para correr bem. 
Mesmo quando depois se vai cortar o cabelo.

Thursday 6 December 2012

Going the distance

Digo eu, via facebook:
- Não me apetece nada sair. Ainda por cima está frio.

- Aqui também. Estão 21ºC.

E acrescenta:
- Mas no domingo vão estar 28.

E é em momentos destes que repensamos as nossas amizades.

Língua de fora


Não gosto nada de língua de vaca. Não é uma questão de nojo mas sim de sabor e de textura.
A mãe do meu namorado sabe disso e, pelo contrário, este é um prato de que gosta imenso e que faz muitas vezes quando lá vamos jantar. No entanto, faz sempre, para mim, um prato especial à parte. E não é um bife grelhado, ou restos, ou algo simples de fazer. Dedica sempre algum tempo a imaginar e a cozinhar qualquer coisa saborosa, como porco agridoce, ou frango estufado com qualquer coisa boa, mesmo depois de eu ter insistido em que não valia a pena, que comia o mesmo que toda a gente.
Nunca me considerei uma pessoa sortuda, porque as coisas não me acontecem nem me caem no colo: eu trabalho e luto por elas. Mas neste aspeto tenho a sorte do meu lado. 
Dizem que casamos não só com o nosso marido mas também com a família dele. E a verdade é que não podia estar mais orgulhosa da minha escolha.

Tuesday 4 December 2012

Acho que isto também é amor


Praticamente por coincidência, hoje estive com as minhas duas madrinhas e o meu padrinho. E ainda passei duas horas no skype a pôr a conversa em dia com a madrinha dele que está na Florida. Adoro estas pessoas e não escolheria outras para estarem ao meu lado.

Sunday 2 December 2012

O cúmulo da preguiça


Estamos os dois sentados no sofá a um braço e pouco da porta, a apanhar com o calor do aquecedor por baixo da manta.
Diz ele: - Não fechaste a porta.
Eu verifico a veracidade da afirmação mas não digo nada.
Passados uns momentos ele volta a falar:
- Se me passares a cadeira eu consigo fechar a porta.
Eu pego na cadeira que está ao meu lado, passo-lha por cima do sofá, ele fecha a porta com as pernas da cadeira e eu volto a pousá-la no chão em frente à mesa.

Saturday 1 December 2012

Dezembro


Adoro dezembro. Não é o meu mês preferido porque prefiro o verão ao frio, mas é o meu mês, o mês do Natal e o mês das mudanças, das tomadas de decisão e do otimismo.
O espírito natalício, as luzes e decorações de Natal, as compras de prendas, as bebidas quentes, os filmes românticos vistos em frente à lareira e as bolachas de canela e de gengibre fazem de dezembro um mês confortável que me aquece o coração.

Friday 30 November 2012

Livros de novembro

Este mês foi, literariamente falando, inteiramente dedicado ao Ken Follet. Já tinha ouvido falar muito nele e já me tinha sido aconselhado, mas nunca tinha chegado a ler um livro do senhor. Ora, estava eu no limiar da angústia porque estava a acabar o último livro que tinha para ler sem mais nenhum à vista, quando me é posto à frente O terceiro gémeo. Um livro grosso, de 518 páginas, daqueles que duram muito, tal como eu gosto.
Li-o em menos de uma semana, por isso a finalidade de ter sempre alguma coisa para ler quando entro no metro ou no autocarro foi um bocado pela valeta abaixo, mas não consegui conter-me e devorei-o em cada minuto livre, tendo chegado ao fim com aquela sensação de quero mais.
É uma história sobre um homem acusado de uma violação pela qual não é responsável, da vítima que o identificou sem margem de dúvidas, da amiga da vítima que estuda gémeos e descobre que afinal o acusado tem um gémeo que talvez tenha cometido o crime e do gémeo que, afinal, está na prisão e não é filho dos mesmos pais que o primeiro.
A amiga da vítima e o primeiro gémeo trabalham lado a lado para ilibar este último e descobrem todas as respostas que procuravam. E muitas mais.
Um livro extremamente bem escrito com o título mais genial de sempre.
Estou mortinha por me esquecer da história para voltar a lê-lo.
Daqui
Voltei a abraçar o Ken Follet com O homem de Sampetersburgo, onde conhecemos o Duque Walden que, na Inglaterra de 1941, prepara com Churchill uma aliança secreta com a Rússia, que a manterá ao lado dos ingleses durante a guerra iminente. No entanto, um anarquista russo faz tudo para evitar que a aliança seja concretizada e viaja até Londres onde dá de caras com o passado que lhe escapou por entre os dedos.
Não gostei tanto como d'O terceiro gémeo e achei a leitura mais difícil, provavelmente devido à complexidade das referências históricas, mas não fiquei minimamente desiludida.
Daqui 

Agora estou a meio do Voo final, também sobre Segunda Guerra, mas foca-se especialmente na Dinamarca e na sua resistência secreta aos nazis. Contudo, falarei deste só quando o acabar.

Mudei-me

Aos doze minutos do trigésimo dia do mês de novembro, mudei-me.
Bem-vindos.

Thursday 29 November 2012

Natalices (8)


A Kim Kardashian fez uma sugestão a quem não quer engordar durante o Natal, que consiste em deitar fora os restos de comida assim que a festarola acabar.
Eu concordo e acho muito bem que se faça isto todos os anos, em todas as casas, especialmente num ano de crise como este. No entanto, alterava-lhe ali um pormenor: quem quiser não engordar durante o Natal pode enviar-me todas as sobras, nomeadamente de queijo da Serra, pão de ló de Ovar, rabanadas (sem vinho do Porto), leite creme, aletria e bacalhau assado. Junta-se o útil ao agradável e só se engorda numa casa: a minha. Mas depois tenho o resto do ano para recuperar.

Wednesday 28 November 2012

A espiga de Trigo


Ando outra vez em modo de mudanças, porque hoje acordei e decidi que queria mudar.
O que é que vou mudar desta vez?
O título, o endereço e o nome com que assino o blog.

Porquê?
Porque me apetece algo com que me identifique mais, um nome que consiga dizer em voz alta sem me sentir envergonhada e porque o nome atual não me soa bem.

Vai ser definitivo?
Espero que sim, porque andar a viajar de domínio em domínio é cansativo e uma pessoa acaba por não estabelecer raízes em lado nenhum. Basicamente sou uma emigrante de blogs e apetece-me agora fixar em www.aespigadetrigo.blogspot.com e mudar a minha identidade para a espiga de trigo.
Se entretanto me der para mudar outra vez, logo aviso.
Sexta-feira mudo-me. Se me quiserem acompanhar, façam o favor.

Monday 26 November 2012

Telemarketing

Ando a ser atormentada por telefonemas do Barclaycard há quase dois anos. Já rejeitei algumas chamadas e já atendi outras dizendo que não estava interessada. Mas porquê?, perguntaram-me do outro lado. Com certeza que concorda que a nossa campanha é vantajosa... Respondi que não sabia e insisti em que não estava interessada.
Uns meses depois voltaram a ligar com a mesma conversa da treta. Respondi o mesmo, voltaram a ligar. Rejeitei chamada atrás de chamada até que finalmente atendi e pedi à senhora que parasse de me telefonar, que já estava farta da publicidade agressiva deles e que não estava nem nunca iria estar interessada num cartão de crédito do Barclaycard. Mas eu nunca tinha ligado para este número. É a primeira vez que ligo, responderam-me do outro lado. Retorqui que não era verdade e que já tinha recebido uma data de chamadas deles. Mas isso não fui eu. O que os meus colegas sabem não é comigo, foi a resposta da senhora muito bem formada.
Um par de meses depois, a história voltou a repetir-se. Já lá vai meio ano. Há alturas em que me ligam todos os dias três e quatro vezes seguidas. Já rejeitei chamadas, já atendi chamadas e não falei, já atendi chamadas e deixei-os a ouvir a sucessão das paragens do autocarro em que ia, voltei a rejeitar chamadas e eles continuam a ligar.
Não sei que raio de organização é aquela, mas é uma espécie de máfia do telemarketing que, não sei como, tem informações minhas que nunca lhes cedi.

Sunday 25 November 2012

Primeiros passos nisto do casamento (10) - o vestido parte I


O modelo estava há muito escolhido e a modista foi-me recomendada há vários meses e, se o primeiro encontro foi apenas para ver a imagem e encomendar tecidos, hoje a coisa já ficou encaminhada, com a cor e o tecido acertados, as medidas tiradas, algumas ideias anotadas e a prova do modelo marcada.
A partir de agora vamos ter uma relação à distância, em que nos veremos de quinze em quinze dias, sempre com ideias novas para acrescentar e pormenores para acertar. Estou ansiosa por vestir o meu vestido tal como o usarei no dia do casamento e, quem sabe, soltar a lagrimita da praxe.

Saturday 24 November 2012

Logo à noite...


Lembro-me de andar no secundário e, depois, na faculdade e ter de acordar bastante cedo para estar nas aulas às 8h30. Como não gosto de chegar atrasada e normalmente até chego sempre alguns minutos mais cedo, acabava por acordar ainda mais cedo do que o necessário e todas as manhãs pensava no final desse dia, quando pudesse voltar para a cama.
Entretanto, há muito tempo que já não pensava assim... até esta semana começar. Cumprir prazos às vezes implica deitar mais tarde e acordar mais cedo, sem dedicar o tempo normal reservado para o lazer, por isso passei os últimos dias em frente ao computador, nos tempos livres, para conseguir acabar o projeto que me foi atribuído no Domingo e a pensar, quando o despertador tocava, só quero que chegue logo à noite.
E finalmente é fim de semana, o projeto foi entregue e amanhã posso dormir até não ter sono e lançar as preocupações para trás das costas quando for passear e não fazer nada.

Monday 19 November 2012

Pedaços gastronómicos do fim de semana

Montaditos com batatas dos 100 Montaditos,
enquanto o carro estava numa consulta de ortopedia automóvel 
Salada de tomate, mozzarella e manjericão
para compensar o resto do fim de semana
Éclairs da Leitaria da Quinta do Paço.
Não gosto de clássico, por isso o de frutos vermelhos é o meu.
Francesinha num restaurante da Baixa
digno das festas de faculdade




Friday 16 November 2012

Viagens no tempo

Recebi hoje por correio um questionário do centro de emprego para entregar até ao próximo dia 15 de novembro. Das duas uma: ou o prazo é de um ano, para as pessoas não poderem queixar-se de que não tiveram tempo; ou estão a tentar averiguar quantas pessoas neste país são capazes de viajar no tempo.
Se conseguir, comunico na semana passada.

O que conta é a intenção


Não há como ficar indiferente à manobra publicitária que hoje alia o jornal Metro a uma marca de champôs. Entendo a ideia de perfumar as ruas, as estações de metro e as pessoas com o aroma a pêssego artificial. Mas passar o dia a snifar doce desde que, logo pela manhã, pus os pés fora de casa, é coisa para me dar a volta ao estômago.

Thursday 15 November 2012

Quem sou eu?


Sou a pessoa mais preguiçosa que conheço e deixo tudo o que puder fazer amanhã para daqui a dois meses. Faço tudo à última da hora, adio planos porque não me apetece fazer nada, deixo acumular roupa em cima da cadeira porque me custa muito arrumá-la e, sempre que posso, vou de elevador ou de escadas rolantes.
Mas ultimamente coisas estranhas têm acontecido e tenho-me tornado impaciente, por isso não consigo esperar que a escada rolante me leve até ao meu destino, pelo que vou escalando a montanha elétrica até chegar lá pelo meu próprio pé, por exemplo. Também podia falar-vos do facto de costumar apanhar um autocarro desde a estação de metro até quase à porta de minha casa, mas essa brincadeira já não me passar pela cabeça há mais de um mês. Contudo, o que preciso mesmo de partilhar é a minha perplexidade face à minha decisão anti-preguiça de ontem. Vinha eu embora do trabalho quando o painel da estação me avisa que o próximo metro demora 28 minutos a chegar. Tinha duas opções: sentar-me num banquinho ali mesmo a chamar por mim e dedicar meia hora extra à leitura, ou ir indo a pé. Como o raio da estação é ventoso que se farta e lá em cima, no mundo livre, estava um solzinho maravilhoso, fui descendo a avenida a pé, de livro fechado dentro da carteira, mas a apanhar uma valente dose de vitamina D.
Se o tempo do percurso até à estação do transbordo não fosse superior ao tempo de espera do metro, tinha continuado sempre a andar.
Algures neste último ano tornei-me numa outra pessoa e isso deixa-me levemente assustada.

Tuesday 13 November 2012

Máximas questionáveis


O desporto é muito saudável, porque enrijece os músculos, acaba com a obesidade e uma pessoa sente-se rejuvenescida quando consegue combater a ociosidade e lá levanta o rabo para abanar um bocadinho o corpo.
Mas, depois de uma hora de ténis há dois dias, não consigo dar um passo sem que as minhas pernas fraquejem ou que as minhas costelas deem de si e eu seja acudida de uma vontade imensa de me atirar para cima da cama a chorar e a prometer a mim mesma da próxima vez ser fiel ao sofá.

Monday 12 November 2012

Bebés


Passei a noite de sábado com um bebé de quatro meses ao colo, a palrar com ele, a rir-me com os sorrisos e as gargalhadas dele, a limpar-lhe o bolsado e a apertá-lo nos meus braços com vontade de o trazer para casa comigo. E quando pousei o bebé no colo do meu namorado e ele se aninhou perfeitamente... derreti-me.
Como era de esperar, toda a gente que passava por mim me perguntava se eu estava em estágio e se já estou pronta. Respondi sempre que não, que para já vamos casar e só daqui a três ou quatro anos é que encomendamos as crianças: uma menina, um menino e uma menina. Tudo com calma, um passo de cada vez. Iam-me respondendo que não devo ter pressa, que a liberdade acaba, que a vida muda completamente e que nunca mais volta a ser o que era, porque as preocupações multiplicam-se, as noites deixam de ser bem dormidas e passamos a ter responsabilidades que não podemos descurar.
Sei disso tudo, mas se pudesse tinha já um. Nada me agrada mais do que imaginar como será ter nos meus braços o primeiro fruto do meu amor, com o cabelo perfeito dele, o sorriso simpático dele, o humor agradável dele, e vê-lo crescer, tornar-se numa boa pessoa, grande (só se sair ao pai), bonita, simpática e inteligente de quem me orgulharei, de certeza.
Era só ter condições para isso e engravidava já este ano.

Sunday 11 November 2012

Cumplicidade


Estamos juntos há quatro anos e meio, conhecemo-nos por dentro e por fora, prevemos os pensamentos e as ações um do outro, sabemos os gostos e os desprezos um do outro. Somos amigos, somos amantes, somos companheiros, somos confidentes e ele é a melhor companhia para as tardes animadas, para as noites calmas, para os momentos nostálgicos, para as sessões de lágrimas, para as horas de chá, manta e bolachas, para as gargalhadas desmedidas, para as previsões do futuro e para os pensamentos um pouco estranhos que há em mim.
Ontem jantámos lado a lado enquanto conversávamos sobre uma data de coisas, até que ele decidiu mostrar-me os vídeos mais vistos do youtube. Passámos, então, uma quantidade significativa de tempo a ver videoclips e a cantar até que vimos as duas temporadas de Fora da box enquanto ríamos às gargalhadas. Sugeri que víssemos um episódio de Modern Family para podermos ir para a cama, mas acabámos por ficar cerca de duas horas a rir feitos loucos por coisas que provavelmente não fariam mais ninguém rir. Ameaçámos, por diversas vezes, ir dormir, mas mesmo já de pijama vestido e dentes lavados, deitados debaixo do edredon, continuámos a rir até o sono vencer.
Podíamos ter ido sair, podíamos ter ido ao cinema ou podíamos ter ido a uma festa cheia de gente. Mas ficámos em casa só os dois e vivemos uma das noites mais perfeitas de sempre.

Thursday 8 November 2012

Abrir os olhos antes de abrir a boca

Deprimem-me (e não tenho paciência para) pessoas que só têm conversas típicas de taxistas ignorantes e alheados da realidade, uma vez que só emitem opiniões através de opiniões formuladas por outrem, seja sobre um livro, uma cidade, uma pessoa, ou sobre o país e qualquer decisão do governo.
Confesso que quando o Saramago recebeu o prémio Nobel, havia muita gente à minha volta que apregoava não gostar dele, porque escrevia mal e porque era português mas fugiu para Espanha e mais não sei o quê. Vai daí, assumi que também eu não tinha por que gostar dele. No entanto, um par de anos mais tarde, quando comecei a crescer, apercebi-me de que não havia qualquer fundamento para o meu juízo de valor, pelo que decidi ler o Todos os nomes e, a partir de então, passei a adorar a escrita do Saramago.
Hoje em dia convivo com imensa gente que ainda não cresceu nem percebeu que aquilo que os outros pensam não é obrigatoriamente aquilo que toda a gente tem de pensar. Nem todos temos de odiar Portugal, nem todos temos de jurar a pés juntos que aqui é que se está mal, que só (todos) os nossos governantes é que são incompetentes, que os portugueses são todos uns gatunos estúpidos e inocentes que não sabem fazer nada de jeito.
Orgulho-me de gostar do meu país, embora queira, a muito curto prazo, ir temporariamente viver para fora. Orgulho-me das coisas boas que se fazem aqui, dos feitos que alcançamos, das pessoas notáveis que temos, da nossa cultura e das nossas qualidades. E orgulho-me de não ter vergonha de o admitir para quem me quiser ouvir.
Não precisamos de ser uns patriotas acérrimos que defendem tudo o que se passa para cá da fronteira, mas um bocadinho mais de brio e de positivismo não fazia mal a ninguém.

Wednesday 7 November 2012

Não chove nem faz orvalho, mas está um frio que vou-vos contar!


Com o frio que está hoje, achei que era a altura mais oportuna para estrear uma das golas que fiz em tricot. Comecei foi a pensar que talvez deva investir num macacão todo em lã, uma vez que a única parte do meu corpo que está quentinha é só mesmo o meu pescoço.


Tuesday 6 November 2012

Missão tonificar


Passei mais ou menos dois meses a viver uma vida sedentária, onde o único exercício físico que fazia era o de ir a pé de e para a estação de metro, várias vezes ao dia. Uma caminhada de 10 minutos num andar rápido, multiplicada por dois, por quatro ou por seis, dependendo do meu horário.
A temporada de wakeboard acabou, para mim, já há algum tempo (desde que veio o frio e as águas se tornaram glaciares) e o ténis ficou em stand-by até, provavelmente, este fim-de-semana. Para além disso, o meu comodismo e a minha preguiça impediram-me de levantar o rabinho no sofá e de o sentar num colchão de pilates para fazer alguns exercícios, como fazia todas as manhãs. 
Até há quatro dias atrás, quando a força de vontade falou mais alto e comecei, aos pouquinhos, a recuperar a minha rotina. Durante o fim-de-semana doía-me a barriga de cada vez que me ria e não conseguia pegar em nada com os braços que, coitados, se tinham habituado fortemente à flacidez e à inatividade.
Mas a alguns meses do casamento, a coisa tem de ir ao sítio (por coisa entenda-se eu e o meu corpo) e não posso dar-me ao luxo, nem quero, de me armar em big fat gipsy bride, com banholas a sair das costuras do vestido para fora. Por isso conto no Natal vestir um vestido sem ter uma pançolas a espreitar para as rabanadas e poder abanar os braços sem parecer que vou levantar voo.

Saturday 3 November 2012

Adoro...


... num sábado de manhã, ouvir o som das rodas dos automóveis a passar sobre a água que a chuva deixou no chão, enquanto tomo o pequeno-almoço ou vejo televisão enroscada no sofá. É um barulho que desde sempre me fez sentir muito confortável.

Friday 2 November 2012

Homemade pasta

Um dos livros que li recentemente, A noiva italiana, falava muito sobre a cozinha italiana, o que me inspirou a experimentar fazer massa em casa, pelo que aproveitámos o feriado para pôr a cozinha em pantanas, com farinha por todo o lado e fios de massa pendurados no varão dos utensílios de cozinha e dos condimentos.
 
Tudo começou com um monte de farinha e ovos...
... que foram bem amassados,... 
... colaram-se peganhosamente às mãos,...
... mas acabaram por originar uma bolinha...
...consistente, amarela e bem cheirosa,... 
...que, embrulhada em película aderente, foi enfiada no frigorífico.
Meia hora passada, era altura de espalmar a massa com o rolo.
Deu trabalho e exercitou os braços, mas acabou por ficar mais fininha.
Foi dobrada e ficou com este formato de bacalhau, para poder ser cortada
Os fios, uns mais largos do que outros, foram pendurados para secar.
Os pedaços extra foram enrolados à volta de pedaços de queijo como megaviolis
Este foi o resultado delicioso.
 Não sei se economicamente compensa fazer massa em casa, em relação à que se compra no supermercado, prontinha para ir para a panela. Mas é muito mais divertido e deixa um cheirinho maravilhoso a comida caseira.

Wednesday 31 October 2012

Conversas ao pequeno-almoço (2)

Eric Bana
Digo eu, depois de ele ter começado uma conversa sobre depiladoras do futuro:
- Gostava de ter uma depiladora que fosse só aplicar num ponto que num instante tirava todos os pêlos do corpo. Menos os cabelos.
Responde ele a rir:
- Mesmo as sobrancelhas?
Eu mostro os vários sítios onde gostava que a tal máquina funcionasse e acrescento:
- Acho que vou alourar os pêlos dos braços para o casamento.
Ele desata novamente a rir:
- Vais deixar só assim um bocadinho a alourar com cebola?

Tuesday 30 October 2012

Serões lamechas

Rachel McAdams e Eric Bana
Uma das coisas que mais aprecio ao fim-de-semana é, num dos dias, embrulhar-me numa manta para ver um filme ou uma série e ir dormitando no sofá encostada a ele até pensar que, se continuar assim, lavar os dentes vai ser bastante complicado, pelo que o melhor é ir rapidamente arranjar-me para dormir a sério.
Nos entretantos, já se sabe, faço-lhe declarações de amor e pergunto-lhe pela  milionésima vez se me ama e se quer ficar comigo para sempre, e ele vai-me respondendo pacientemente que sim por entre beijinhos distraídos.
Contudo, no fim-de-semana passado esse direito foi-me roubado porque tive de acordar bem cedo no sábado e porque ele foi sair na sexta. Tudo se conjugou por eu adormecer sozinha com um livro.
Tentei compensar a perda voltando a deitar-me ao lado dele assim que regressei a casa e dormimos até às 14h00, mas não chegou. Por isso sinto-me imensamente feliz porque esta semana vou ter duas vezes direito a esse serão de miminhos e de lamechices.
Todas as semanas deviam ter um feriado.