Nunca fui muito fã de celebrar as passagens de ano. Cada uma é uma derradeira festa com champanhe, amigos, roupa nova e saudosismo onde os sentimentos estão ao rubro, especialmente quando há álcool à mistura que nos leva a fazer declarações de amor a toda a gente, inspirados pelo simbolismo que gostamos de atribuir a esta noite.
O dia 31 de dezembro serve, às vezes, para pensarmos em meia dúzia de segundos, enquanto atiramos as passas obrigatórias para a garganta de modo a que passem o mínimo de tempo possível em contacto com as papilas gustativas, naquilo que os restantes 365 dias nos trouxeram e no modo como os vivemos e para fazer planos para os 365 dias seguintes, que estão mesmo ali, a menos de um minuto de distância. E então passamos a borracha no que de mau aconteceu e começamos um desenho novo numa folha limpa.
Neste ano tudo é diferente e a passagem para 2013 significa que tenho de despedir-me de 2012, agradecer-lhe da melhor maneira que sei tudo o que me trouxe e implorar-lhe em vão para nunca se ir embora, porque não me lembro de viver um ano tão repleto de coisas positivas.
Chego aqui feliz, imensamente feliz, muito mais do que há precisamente um ano atrás. Não fiz planos, não escrevi decisões, não pensei em cada dia ao pormenor e, ainda assim, não retiro um único aspeto negativo destes doze meses que chegam hoje ao fim.
Despeço-me de 2012 com um aperto no coração, quase como se me despedisse de um amigo às portas da morte, porque a fasquia está tão elevada que quase de certeza não será igualada no ano que vem.
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