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In other words...

Tuesday 26 February 2013

Primeiros passos nisto do casamento 16 - a dança


Um primeiro facto importante que deve ser frisado é que o meu namorado não nasceu com o dom da dança, o que não é nenhum problema no dia a dia, mas revela-se em casamentos e festas desse género. Pelo contrário, eu já passei horas e horas por semana a dançar ballet clássico e, mais tarde, ainda incluí sevilhanas, jazz, contemporâneo e dança mtv (era obrigatório). Podíamos ter entrado em conflito aqui, mas fiz-lhe uma proposta justa: ou tínhamos uma valsa/hip hop/cha cha cha de abertura ou ele dançava a noite toda, especialmente comigo. Naturalmente ele escolheu a segunda hipótese.
No entanto, achei que seria melhor, para todos os efeitos, se ele tivesse uma noção básica dos passos para os vários géneros musicais, pelo que no domingo de manhã rumámos a casa de uma prima dele, que é  professora de dança, pusemos o youtube a bombar e, durante duas horas, estivemos os três a dançar feitos loucos em frente à janela, para quem quisesse ver.
Ele gostou, aprendeu e já diz que temos de treinar um bocadinho todas as semanas. Eu acho uma ótima decisão e concordo inteiramente.

Friday 22 February 2013

I wanna fly high with you baby

No espaço de oito meses fui nove vezes ao aeroporto. Apenas em duas delas entrei ou saí de um avião.
Acho que o aeroporto anda em dívida para comigo.

Wednesday 20 February 2013

Madrinha à distância

A minha american girl é uma das nossas madrinhas de casamento e como está do outro lado do mundo, anda sozinha a procurar um vestido para usar no dia. Azar ou imensa sorte: os americanos levam o conceito de casamento ao extremo. Daí a nossa conversa (começo eu):


Tenho mesmo muita pena de não estar lá para ver.

Desabafo capilar

Há dias em que adoro o meu cabelo e consigo fazer com ele qualquer coisa, mas há outros (ultimamente têm sido a maioria) em que lhe dedico horas, fico com os braços a doer e só consigo pô-lo oleoso. Nem um rabo de cavalo se safa.
Isto porque há cinco anos cometei o erro de fazer repas no meu cabelo volumoso e cheio de caracóis, por isso dediquei-me desde então a deixá-lo crescer, especialmente porque entretanto conheci o meu namorado e quando começámos a pensar em casar decidi que queria ter o cabelo suficientemente comprido para levar o penteado que quisesse.
Agora tenho-o mais ou menos deste comprimento:


Mas na semana imediatamente a seguir ao casamento vou cortá-lo assim:


E é mais uma das razões por que anseio por esse dia.

Monday 18 February 2013

Primeiros passos nisto do casamento 15 - o fato


Sábado foi o dia eleito para procurar o fato que o meu namorado usará no dia do casamento. Fomos (sim, eu fui também porque eu quis e porque ele quis) ao Corte Inglés, onde a funcionária começou por lhe perguntar se o fato era para uma ocasião em especial, ao que ele encolheu os ombros e disse:
- Sim, para um casamento.
Por mim tínhamos trazido um smoking, mas não só o casamento é durante a tarde como é algo que, tal como ele disse, não será, provavelmente, usado mais nenhuma vez. Ainda fiz um choradinho porque ele ficava muito muito bem com ele vestido, mas não pegou. Foi aqui que a criaturinha decidiu dar asas à liberdade que achava que tinha e insistir, não muito simpaticamente, em que levar a noiva a ir ver o fato do noivo não está com nada e que não ajuda e que não deve ser porque o noivo também não vê o vestido. Disse-lhe que não era bem assim, que nós seguimos as nossas próprias regras, que eu lhe mostrei o vestido antes de mandar fazê-lo e que ele tinha dito que queria que eu fosse com ele. Em vez de se calar continuou a defender a mesma ideia, chegando ao cúmulo de contar como tinha sido a compra do vestido dela e a do fato do marido.
Se estivesse sozinha tinha-lhe respondido, mas não queria estragar a experiência dele.
Experimentou dois ou três fatos diferentes, todos cinzentos porque o preto estava fora de questão e azul já ele tinha, mas gostou logo do primeiro. Só a camisa, a gravata e os sapatos é que deram mais luta e a escolha ficou adiada por mais algumas semanas, mas já temos umas ideias.
Já é mais um item que podemos riscar da lista que está cada vez mais preenchida.

Sunday 17 February 2013

Would you be my valentine?

Afinal, no próprio dia dos namorados recebi um projeto em que tive de trabalhar, por isso não houve jantar romântico, não houve bolo, não houve filme. Houve, sim, uma refeição comida à pressa e um serão de muito trabalho, sendo que ele se deitou duas horas antes de mim.
Fiquei, então, a arder nos meus planos românticos de muito mimo para celebrar, pela primeira e última vez, o dia de S. Valentim. E estava a ansiar por esse dia...

Friday 15 February 2013

Tomei o brinco


Sabem aquelas situações em que têm um copo de água na mão esquerda e o telemóvel na mão direita e é este que levam à boca, por engano, quando têm sede, após o que exclamam, divertidos "Ia beber o telemóvel em vez da água!"?
Pois a mim aconteceu-me isso. Mas não me fiquei pelo ia...
Mesmo prestes a sair de casa, passei na mesinha de cabeceira e, com uma mão, peguei num comprimido da pílula, com a outra peguei num brinco. Dei um golo de água, mandei o comprimido para dentro da boca, engoli-o e pensei "seria engraçado se tivesse bebido o brinco em vez da pílula".
Foi então que abri a outra mão e encontrei lá pousadinho o comprimido à espera de ser tomado.
Passei a manhã com a sensação de ter alguma coisa presa na garganta, que espero não se tratar do brilhante do brinco ou da parte de trás de silicone. Seria bastante traumático se a coisa não saísse facilmente...

Thursday 14 February 2013

Cake design

Passei a tarde de sábado a gozar uma prenda que me tinha sido oferecida pela Mãe Natal: um workshop de cake design. Já há muito que queria fazer algo assim, embora achasse que o meu jeito fosse revelar-se praticamente nulo, pelo que este bilhetinho veio mesmo a calhar.
Uma cave cheia de mulheres, muita farinha e massa fondant e o resultado foi este:


Descobri que esta massa é bastante mais fácil de manusear do que estava à espera, tem aroma a limão e as mudanças de cor devem-se apenas às tonalidades dos corantes usados e não se refletem no sabor. Não é, para mim, o ingrediente mais saboroso, mas dá um aspeto completamente diferente aos bolos e pode fazer-se com ele tudo o que se quiser, desde que se tenha paciência, tempo e algum jeito.
O grande defeito é não se vender em qualquer lado e, tanto quanto me foi possível averiguar, ainda custar um preço significativamente elevado.
No dia seguinte rumei ao Ikea para comprar uma caixinha de ferramentas culinárias que, confesso, ainda não experimentei, mas que estou mortinha por testar. Provavelmente começarei esta aventura com cupcakes que, por serem mais pequeninos, imagino que sejam mais fáceis de decorar.

Está tudo louco!


Classifico de estranha uma noite em que vou jantar a casa dos pais do namorado, com tios e primos deste, abro o recipiente onde estava o arroz de cabidela e lhe pergunto audivelmente:
- Queres que te dê peito?
Só quando toda a gente desatou a rir é que me apercebi do que disse.
Mais à frente, antes ainda de termos chegado à sobremesa, estou a falar de massa fondant e esclareço:
- O que eu fiz foi um urso, mas há workshops para tudo. Há uns só mesmo para fazer pessoas.
Ele diz, perdido de riso:
- Pessoas de massa fondant!
E acrescenta o pai dele, igualmente perdido de riso, citando-me:
- Há workshops para tudo!

Mas é precisamente por noites como esta que já me sinto há muito tempo para da família.

Wednesday 13 February 2013

Will you be my valentine? (9)



- All you need is love, love
- Love is just a game

Shake shake and shake it

A janela estalou ligeiramente, como sempre faz quando há diferenças de temperatura.
O sofá abanou ligeiramente. Mandei o meu irmão parar, mas ele resmungou que não estava a fazer nada. Não acreditei, porque logo a seguir deixou de abanar.
Abri o facebook e descobri que tinha sido um ligeiríssimo tremor de terra.
Nunca tinha sentido nada assim.

Monday 11 February 2013

Will you be my valentine? (8)


Adoro beijos para demonstrar o carinho e o afeto que se sentem pela outra pessoa. Beijinhos na bochecha, na testa, no nariz, no pescoço ou na boca. Beijinhos com ou sem abraço. Beijinhos, muitos, a toda a hora, porque nunca cansam e nunca são demais.

Sunday 10 February 2013

Primeiros passos nisto do casamento 14 - os sapatos


A ameaça de ir procurar os sapatos pairava no ar já há algum tempo, mas ainda não tinha sido cumprida não só porque ainda faltava bastante para o casamento, mas também porque se adivinhava uma saga complicada. Na segunda feira meti pés ao caminho e fui galgar a Baixa com a minha mãe e a minha madrinha/irmã, entrando e saindo de lojas de vestido de noiva a um ritmo alucinante, porque tudo o que via era abominável: sapatos baixos, sapatos pirosos, sapatos branco-omo, sapatos com renda foleira, sapatos com flores maiores do que o próprio sapato, enfim, aquele típico sapato de noiva sem piada nenhuma que se usam apenas no dia de casamento e ficam guardados com a promessa vã de voltarem a ser usados numa melhor oportunidade.
Desistimos, fomos beber um chocolate quente ao Vício do Café e decidimos que voltaríamos a tentar numa altura não muito distante.
Ontem à noite fui com a minha mãe e o meu namorado ao supermercado e, completamente por acaso, passámos por uma montra de uma sapataria que exibia uns sapatos exatamente como eu queria: da cor dos apliques do vestido, vertiginosamente altos (12 cm), compensados e com o salto relativamente grosso para eu não cair para o lado enquanto dançasse. Mandámos o rapaz dar um passeio solitário e calcei os ditos.
Gostei deles, mesmo muito, mas precisava do tamanho abaixo, que ficou reservado na loja de outro centro comercial até hoje de manhã.
Peguei na minha irmã, rumámos ao sítio preferido dos portugueses num domingo chuvoso, experimentei os sapatos no número certo e... pedimos para meter numa caixa.

Tão simples como isto, comprei uns sapatos para usar no casamento que posso voltar a calçar em muitas outras ocasiões e que são espetacularmente giros.


Thursday 7 February 2013

As primazias da vida adulta

Já ouvi inúmeras vezes dizer que a melhor fase da vida de uma pessoa é a passada na faculdade e acredito que para algumas pessoas até seja assim. No entanto, de acordo com a minha experiência, só se diverte mesmo muito quem ou não se preocupa com ir às aulas, faz noitadas de farra e só se lembra de acabar o curso quando já toda a gente que entrou no mesmo ano está a trabalhar ou, e não é uma hipótese nada má, quem tem uma facilidade imensa de compreensão e memorização que praticamente não precisa de sessões de estudo.
Com isto não digo que não tenha tido uma boa vida universitária, que tive, mas não dentro da faculdade propriamente dita, não com as pessoas que por lá andavam. Aliás, tudo o que foi bom nessa etapa da minha vida deveu-se e deve-se ao meu ano de Erasmus.
Compreendo que trabalhar seja mais cansativo, já que não se pode decidir faltar porque está um dia muito frio e só se está bem debaixo de mantas, ou porque está tanto calor que mais vale aproveitar umas horas na praia. Sei que procurar trabalho é das coisas mais angustiantes, frustrantes e desgastantes que uma pessoa tem de fazer. Mas também sei que nada compensa a liberdade de chegar a casa ao fim do dia e deixar o trabalho para trás de modo a fazerem-se coisas mais relaxantes; nada compensa acordar cedo, sim, mas chegar ao fim do mês com uma conta mais recheada, em vez de andar a esvaziá-la para podermos estudar; nada compensa os fins de semana livres para passeios, viagens ou horas dedicadas a não fazer nada porque não há exames, não há notas, não há trabalhos para fazer.
E quem diz isto é uma pessoa que trabalha em dois sítios diferentes, sem contar com o trabalho freelance que faz em casa. Mas nada compensa parar de dedicar a vida exclusivamente a preparar um futuro para passar, também, a vivê-lo, que é precisamente o que estou a fazer desde que saí da faculdade.

Sunday 3 February 2013

Will you be my valentine? (6)


O nosso quarto não é cor de rosa, nem tem coraçõezinhos pendurados, mas eu sou piegas e lamechas o suficiente para lhe conferir todo o ambiente romântico que é necessário. E ele, quando quer, também.

Friday 1 February 2013

Livros de dezembro

Dezembro foi um mês consagrado, literariamente, apenas ao meu mais que tudo Ken Follet. Nada de novo, portanto. Não consigo cansar-me dele, não sinto que a cada livro dele leia a mesma história contada de uma maneira diferente, embora a espionagem e a II Guerra Mundial sejam, regra geral, um assunto comum a todos eles.
Acabei de ler o Voo final, passado em 1941, numa Dinamarca ocupada pelos Nazis. Os aviões britânicos da RAF, que tentam travar os avanços alemães, são constantemente abatidos antes de conseguirem cumprir a missão, quase como se o exército de Hitler fosse capaz de prever os seus planos. Entretanto, a descoberta de uma base secreta alemã por um jovem dinamarquês vai levar a uma aliança entre este e uma agente do MI6, que partilham a vontade de derrotar os alemães, pela qual ambos enveredam por caminhos complicados com uma grande probabilidade de insucesso.

Fotografia daqui
Contagem decrescente dá um pequeno salto no tempo e transporta-nos para o período da Guerra Fria, mais concretamente para a batalha espacial entre os EUA e a URSS, em 1951. Encontramos, então, Claude Lucas, um aparente vagabundo, que acorda na estação central de Washington sem qualquer réstia de memória. Ao longo dos dias vai, no entanto, redescobrindo a sua inteligência e compreendendo que é perito em perceber se está a ser seguindo, em esquivar-se dos perigos e em lutar contra eles. Descobre, também, que o lançamento iminente do foguetão Explorer I é uma parte fundamental da sua vida e uma das razões para a sua amnésia.
O desvendar desta a questão é o ponto de partida para o desvendar de toda a sua vida.

Fotografia daqui
Qualquer um dos livros, tal como o autor nos vai habituando, tem descrições minuciosas das ferramentas, dos aparelhos e dos artefactos técnicos utilizados pelas várias personagens, bem como das paisagens, dos locais e dos intervenientes, tornando-se, assim, muito fácil imaginarmo-nos no centro da ação, enquanto assistimos ao seu desenrolar. O estilo literário é fluido, embora a linguagem não seja aquela que consideramos corrente, especialmente tendo em conta o cariz específico dos temas escolhidos (o que não constitui, de maneira nenhuma, um aspeto negativo).
Ken Follet tem uma capacidade que me deixa maravilhada, que é a de conseguir ser imparcial ao acompanhar as descrições, decisões e atitudes de qualquer uma das suas personagens, sejam elas antagonistas ou não, o que mantem o suspense até ao final e dificulta a tomada de partido precipitada por parte dos leitores.

Will you be my valentine? (5)


Sempre informei quem me perguntava que não festejo o dia de S. Valentim, porque o nosso dia de namorados é o dia em que começámos a namorar. Tem lógica termos o nosso própria dia, privado e especial, mais do que ter de ir para um restaurante apinhado ou oferecer almofadas vermelhas em forma de coração a dizer "adoro-te" apenas porque milhares de outros casais também o fazem.
No entanto, no próximo ano já não serei namorada, pelo que este ano me deu para que vamos, à nossa maneira, celebrar o (último) dia dos namorados. Em casa, com um jantar e um filme romântico. Umas bolachinhas e um bolo. Dois copos de vinho. E nós os dois.