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In other words...

Monday 26 March 2012

Sweet monday


Prometo que vou tentar evitar falar de médicos, enfermeiros e hospitais durante esta semana, mas vou continuar a deixar (como se tivesse hipótese de escolha...) que o momento mais sweet dos meus dias seja o chocolate quente da máquina.
Trabalhem muito, mas sejam ainda mais felizes.

Boa semana!

Saturday 24 March 2012

É verdade / Orientação vocacional: enfermeira (parte V)

Eu sei que sou crescidinha, mas quando me despeço dele, já ele deitado na cama e pronto para dormir longe de mim, dou-lhe um beijinho com um nó na garganta.
Ao fim de tanto tempo custa-me imenso separar-me dele e só não demoro horas a adormecer porque me deito tarde e acordo mesmo cedo, mas tenho de deitar-me no lado dele e dormir agarrada à almofada dele.
A melhor parte de vir embora é ter a certeza de que assim que acordar não demoro quase nada a voltar a dar-lhe um beijo.

Friday 23 March 2012

Orientação vocacional: enfermeira (parte IV)

A televisão de uma enfermaria é partilhada pelos seus moradores, que, neste caso, são dois. Claro que o ideal era ir para lá um rapaz entre os 20 e os 30 anos, fixado em Dexter, em How I met your mother, em todos os desenhos animados para adultos tipo Simpson's e naqueles programas estranhos/interessantes que o meu namorado descobre no Discovery Channel e no Canal História.
Claro que as probabilidades estão totalmente contra isto, e nesta noite calhou-lhe como companhia um senhor entre 50 e 60 anos, sem os quatro dentes da frente e que até foi dormindo o tempo todo, provavelmente devido ainda ao efeito da anestesia.
O dia passou-se muito pacificamente, com o comando totalmente na nossa posse, até que perto das 20h, o senhor pediu para pôr na SIC. Achei-o bastante interessado na atualidade do país e fiquei positivamente admirada, mas a verdade é que o telejornal acabou imediatamente a seguir e ele ficou deliciado a ver um programa tipo isto só vídeo e o ponto alto da noite foi a telenovela, que ainda estava a ver quando vim embora.
A minha questão é se se ele não fosse casado veria na mesma aqueles programas, ou isto é tudo domesticação feminina do gosto dos homens?

Orientação vocacional: enfermeira (parte III)


Não gosto muito de hospitais, embora também não seja daquelas que entra em pânico de cada vez que tem de pôr os pés dentro dum, mas não tenho dúvidas de que os hospitais privados têm melhor aspeto do que alguns dos públicos, especialmente quando os primeiros são, em média, mais recentes do que os últimos. Logo, tornam-se menos deprimentes.
O quarto em que o meu namorado tem estado é muito agradável e o pessoal que o atende, até agora, é super atencioso, imensamente simpático e muito paciente comigo, que sou chata até ao limite a fazer todas as perguntas e mais alguma em relação a tudo o que se passa à volta dele.
Ainda assim, com todos os pontos positivos, esta estadia no hospital, como qualquer outra, não é nada agradável e estávamos muito melhor em casa os dois, a fazer a nossa vidinha. Por isso, a única coisa realmente boa em cada dia é um chocolate quente tirado da máquina, bebido ao lado dele.

Thursday 22 March 2012

Orientação vocacional: enfermeira (parte II)

Ao fim de quase duas semanas cansei-me de ser enfermeira e de não ver o meu paciente favorito a melhorar, pelo que o levei ontem às urgências, onde foi visto durante oito horas por médicos de clínica geral, de medicina interna, de radiologia e de cirurgia. Finalmente lá lhe descobriram, mais ou menos, o que se passava e começaram o tratamento, enquanto eu cá fora só não roía as unhas porque não consigo.
Ontem dormi na cama ao lado da dele, mas hoje tive de deixá-lo lá sozinho, cheio de recados para me telefonar a meio da noite se fosse preciso, mas não sem antes chamar os enfermeiros (embora até more perto do hospital, eles chegam lá mais rápido... e, verdade seja dita, eu não ia saber o que fazer). Durante os próximos dez dias vou passar os meus dias ao lado dele e as noites em casa, sem ele, como detesto.
A verdade é que dava qualquer coisa para ser eu deitada naquela cama e com as dores dele, mas como não posso, limito-me a perguntar-lhe de minuto a minuto se está bem e o que posso fazer por ele.

Monday 19 March 2012

Sweet monday


Como o meu fim-de-semana não foi exatamente um fim-de-semana, não tive uma quebra na rotina da semana passada, pelo que a que hoje começa é apenas uma continuação daquela que acabou há dois dias. Espero que melhore e que a vossa seja um bocadinho melhor.

Boa semana!

Saturday 17 March 2012

Nestum de amêndoas e mel


Quando era miúda adorava a hora de ir para a cama, porque era a única altura do dia em que não ia ter de travar uma luta contra o tempo em relação à comida. Até aos oito anos comia muito mal, era muito esquisita e demorava horas intermináveis para comer um prato de sopa, mas tudo o que fosse doce era completamente aceite por mim: caramelos, rebuçados, gomas e todas as papas de chocolate.
Entretanto surgiu aquela que me fez gostar mesmo de comer, pela qual me lambuzava toda e que comia num instante, sem precisar de despertadores nem de contagens decrescentes: a Nestum de amêndoas e mel. Fazia sempre uma papa super grossa e deixava uns flocos secos em cima que deixava para último.
Acho que é por causa dela que adoro tudo o que tenha massapan.
Entretanto andei a fazer uma reeducação alimentar implementada por mim mesma e cortei em tudo o que tinha açúcares extra durante cerca de dois anos. Quando voltei a cometer algumas loucuras, fui logo à procura da melhor refeição da minha infância, que vinha embrulhada numa embalagem esverdeada, mas a deceção foi enorme quando vi uma prateleira cheia de papas, mas sem nenhum exemplar daquela que eu mais queria.
Foi assim que tive conhecimento de que a Nestum de amêndoas e mel nos deixou para sempre, abandonou-me e não fez por voltar, mas de vez em quando ainda vou sentindo, de memória, um ligeiro aroma e um breve sabor àquela mistura perfeita que dava tudo para poder voltar a saborear.
Alguém sabe de algum recanto onde ainda a possa encontrar?

Friday 16 March 2012

Orientação vocacional: enfermeira

Esta semana tem sido inteiramente dedicada à enfermagem do meu doente particular. Nada de brincadeiras marotas, tudo muito inocente.
Eu compro-lhe medicamentos, levo-o ao médico, faço-lhe trinta refeições de dieta, mudo-lhe a cama e por aí fora até cair redonda no puf, completamente estafada de, para além disso, ter de tratar das coisas normais de uma casa.
Talvez seja exatamente isto (eu sei: e muito mais) que um enfermeiro a sério faz todos os dias, às vezes em turnos longuíssimos. Mas se eu apenas fiz isto durante sete dias, com uma pessoa que amo e não morri de amores pelas tarefas, era impensável dedicar a minha vida, o meu dia-a-dia a tratar de pessoas que não conheço e que não me dizem absolutamente nada.
A partir de agora sou uma defensora acérrima da classe dos enfermeiros e da próxima vez que ouvir alguém dizer Oh, coitada, é enfermeira. Queria ser médica mas não chegou lá, sou a primeira a cerrar os punhos e a pô-los em riste.

Monday 12 March 2012

Barbie's doppelgänger


Sabem quando alguém se veste de cor-de-rosa de cima a baixo e ouve por todo o lado pareces uma Barbie, ou quando uma criança tem os cabelos louros e a pele clara e toda a gente assinala as suas semelhanças com a boneca?
Pois a Dakota Rose, uma miúda americana de dezasseis anos, parece exatamente uma versão humana da Barbie: vejam o cabelo, o formato da cara, a testa, os olhos, os lábios e a altura. Não sei exatamente quais são as medidas nem de uma nem de outra, mas assim à primeira vista, parecem a mesma pessoa. Tanto que já houve quem dissesse que é um andróide criado pela Nasa...

Sweet monday


Porque já conseguimos sentir o cheiro dos dias quentes, ansiamos pelo momento de pôr os pés fora de casa e porque conseguimos aguentar o dia todo de manga curta (mesmo que tapada por uma manga comprida).

Boa semana!

Saturday 10 March 2012

A minha prima preferida


Um dia acordamos e pomos os sobretudos e as botas de parte. Saímos com uma roupa mais leve e sentimos o cheiro das árvores em flor, da terra seca e do sol mais perto. Passamos a tarde a passear ou na esplanada e sentimo-nos de tal forma contagiados pelo bom tempo, que rimos o dia todo. Abrimos as janelas e as varandas e tiramos os grelhadores das caixas, que já nos esperam desde o ano passado. Reunimos os melhores amigos de sempre e fazemos um convívio até o sono e o cansaço tomarem conta de nós. Deitamo-nos com um pijama fresco e tapamo-nos com menos um cobertor. Pomos, assim, fim a um dia que dedicámos a acolher a nova primavera.

Friday 9 March 2012

E agora?

Este semi-desemprego em que estou, está a revelar-se uma etapa bastante aborrecida. Se, por um lado, posso dedicar-me a algumas atividades para as quais não teria tanto tempo se tivesse um emprego fixo, por outro, quando acabo um trabalho e enquanto espero pelo seguinte (o que, normalmente, demora cerca de um mês), começo a desesperar e a alterar o meu humor para perigoso.
Podia ter-me esforçado para gostar de uma outra área sem ser a minha, uma que desse mais certezas de um futuro profissional, mas a verdade é que a minha vocação sempre me esteve predestinada e gosto demasiado daquilo que vou fazendo/espero vir a fazer a tempo inteiro para me dar o desprazer de conjeturar e se eu fosse economista?; e se eu fosse médica?
Ainda assim, não deixa de ser frustrante ter estudado tantos anos com um objetivo em mente e acabar por ficar em banho-maria, à espera dos melhores tempos que toda a gente promete.

Thursday 8 March 2012

Keep calm and read my blog (5)

No início desta semana descobri o até aos cem, onde a XS e o XL contam os seus planos de viverem juntos, felizes e saudáveis até aos cem anos e gostei tanto da maneira como falam carinhosamente um do outro e do humor e boa disposição com que apresentam as várias situações dos seus dias, que já devorei (mas só com os olhos) os pitéus que eles preparam, já me senti sedentária quando confrontada com a quantidade de exercício que eles fazem e senti-me inspirada pela vida saudável que levam.
Não é um blog pretensioso, não espalha baboseiras pseudo-filosóficas sobre a vida e os amores nem faz um relato diário das roupas que cada um escolheu do armário, mas tem um pouco de tudo.

Wednesday 7 March 2012

Dia de festa

A mãe do meu namorado (não, não me refiro a ela como minha sogra) faz hoje anos e resolvi oferecer o jantar cá em casa. A carne está no forno e cheira tão bem que não sei se aguento até logo sem tirar um cantinho que ninguém vê, a tarte de côco faz-se num instante e o bolo é o filho adotivo* que vai trazer: a única coisa que alguma vez aprendeu a cozinhar. No fim ainda vai ter uma escapadinha a dois à espera, para aproveitar a chegada da primavera.
Sou uma menina tão querida!

*um colombiano, aluno de intercâmbio.

Intimidades a dois


Eu e o meu namorado vivemos juntos há tempo suficiente para conhecermos e respeitarmos todos os hábitos e manias um do outro. Afinal, passando tantas horas juntos, incluindo o acordar e o adormecer, não há grande forma de escapar (e, também, quem quer?).
Ao longo do tempo acabámos por criar manias e hábitos em conjunto, como é normal acontecer entre os casais, mas isso não impediu que mantivéssemos a nossa privacidade pessoal, porque há coisas que eu simplesmente não consigo fazer à frente dele:


- Depilação, seja em que sítio for. É uma coisa minha, fico toda vermelha e sujo tudo à minha volta, pelo que ele só precisa de ver o resultado final;

- A minha sessão diária de exercício, exatamente pelas mesmas razões acima mencionadas (só não sujo tudo à minha volta). Já andámos juntos no ginásio, mas estas sessões são muito intensivas e eu fico um bocado parecida com a Robin Scherbatsky nestas cenas;

- Usar a sanita. Primeiro porque não consigo fazer nada quando há alguém do outro lado da porta (nas casas de banho públicas, eu sou aquela que fica eternidades lá dentro a tentar concentrar-se), segundo porque é preciso manter algum mistério. E, como temos duas casas de banho, a coisa fica facilitada.

Nalgumas coisas somos um só, mas não deixámos, de certa forma, de ser um mais um.

Monday 5 March 2012

Sweet monday

Para os que encaram a vida de maneira positiva ou para os que a vêem sempre pelo lado derrotista.

Boa semana!

Saturday 3 March 2012

Lullaby


Adoro dormir mais do que o necessário quando chega o fim de semana. O despertador toca (não sei muito bem para quê), eu viro-me para o outro lado e continuo a dormir, sem esforço nenhum. A certa altura, numa tentativa de me dizer já chega, o meu cérebro vai-me despertando de tempos a tempos, mas eu sou mais forte (ou mais fraca?) e volto a adormecer e a sonhar como um bebé.
É bom, gosto de ter o quentinho da cama só para mim durante mais tempo.
Mas já devia ter aprendido que o meu querido cérebro não gosta de ser contrariado, porque esta brincadeira acaba sempre com ele a latejar. Mas hei-de vencê-lo pelo cansaço!

Friday 2 March 2012

Alguém me disse que tenho sonhos muito realistas


A noite passada sonhei que estava a jogar football, uma coisinha amadora como quando era mais nova, e que o jogo até estava a correr bem. Nunca joguei sem ser na escola, mas adorava fazê-lo, apesar de que uma das minhas características sempre que acertava na baliza era soltar um guincho, daqueles mesmo irritantes que merecem legitimamente comentários de desprezo de quem os ouve.
Lembro-me, portanto, de marcar um golo e de soltar um desses guinchos, como se voltasse a ter catorze anos. Mas a parte estranha aconteceu quando me passaram a bola e eu tinha a baliza adversária à minha frente, com o caminho vazio. Estava tudo feito para que ganhasse aquele jogo, a adrenalina estava no máximo e... acordei num sobressalto, com o coração a mil e extremamente ansiosa.
Ainda não descobri se era por causa do sonho ou se é pelo período de stress que estou (e estamos todos) a atravessar, mas que foi estranho foi.

Esforço admirável


Hoje foi um dia de acumular todas as dúvidas, todos os medos, todas as inseguranças e de amuar e rabugentar com qualquer coisa. Ele chegou a casa e percebeu logo que o meu estado de espírito não era dos melhores, por isso, ao longo da noite, em cada duas frases que enunciava, uma era um elogio a mim. Não sei como, mas arranjou maneira de elogiar a minha beleza, o meu cabelo e o meu corpo, mesmo quando eu contrapunha com um oh, não é nada.
A certa altura tive de rir e admirar o esforço e a paciência dele e fazer eu também um esforcinho para me mostrar mais animada.
É bom ter alguém assim que nos obriga a sermos felizes.