To read any post in English, click on Read more.

In other words...

Friday 31 January 2014

Foi assim que me vesti (9) / How I met my day (9)

Queria o preto e branco, mas fiquei-me sobretudo pelo preto. E pelas bolinhas brancas, nas calças e nos brincos.




I wanted to go for the black and white but, in the end, it was mostly black. And white polka dot in my pants and in my earrings.







Sunday 26 January 2014

Inspira... expira / Breath in, breath out

Dois dias muito importantes se aproximam. Estiveram longe, foram pensados, risquei a contagem decrescente do calendário, as semanas ainda eram muitas, embora a passagem do tempo já fosse angustiante. Agora, de repente, estão aqui a bater à porta e eu vou ter de deixá-los entrar.
O primeiro é o fim de uma temporada, o culminar de um projeto importante a ambicioso em que sempre acreditei. Apoiei-o, mas o trabalho foi todo feito por ele, dia sim dia sim, com algumas interrupções involuntárias pelo meio. Vários longos anos de stand-by de muitas outras coisas que chegam agora ao fim e eu não vou poder estar lá para testemunhá-lo.
Tenho orgulho, como sempre. Muito orgulho nele e no que tem feito em todos os aspetos da vida dele. Sei que não teria a coragem suficiente, a inteligência, a persistência, o empenho e a paciência para o que este objetivo implica, mas também sei que ele tem isso tudo e muito mais. Acredito nele cegamente.

O segundo representará, a todos os níveis, o início de uma etapa completamente nova, uma experiência por que nunca quis passar, mas que terá mesmo de ser e uma experiência por que sempre quis passar e, finalmente, cá está ela. Vou/vamos precisar de muita força, o tempo vai passar lentamente, vai doer um bocadinho, mas vai ser por uma ótima razão.
Estou com uma ansiedade agri-doce que tanto me dá para soltar risinhos nervosos, como para fazer beicinho e ter vontade de lacrimejar.


Two very important days are almost here. They were far away, they were thought about, I crossed the calendar every single day and although there were still many weeks ahead of us, the passage of time was already a bit painfull. Now, all of a sudden, I can hear them knocking on my door, asking for me to open it and let them in.
The first one is the end of a season, the culmination of a very ambicious project in which I never stopped believing. I supported him, but the work was all his, day by day, involuntarily interrupted from time to time. Long years where many other things were postponed are now ending and, unfortunately, I won't be there to testify it.
I'm proud, like I always am. I am very proud of him, of every single idiosyncrasy in his life, specially because I know I wouldn't have the courage, the intelligence, the persistence, the commitment and the pacience needed for this project. But I also know he has it and much more, that's why I blindely beleve in him.

The second one will mark, in every possible way, the beginning of a brand new phase, of an experience I never wanted to live but I'll have to and of an experience I've always wanted to go through and that, finnaly, is right here. I/we will need all the strength in the world, time will pass slowly as never before. It will hurt a little bit, but, in the end, it will be worth it.
I'm feeling a bitter-sweet anxiety that in one moment makes me giggle and, in the other, makes me want to  pout and tear.

Saturday 25 January 2014

Casinha / Home outside

Tenho uma amiga migrante em Lisboa que vem cá todos os fins de semana e outra que emigrou ontem para o país de onde tinha imigrado há vinte anos. Encontrámo-nos, um pouco por acaso, no sábado passado para matar saudades e fazermos uma pequena despedida.
Não estava um dia especialmente bonito, até porque a chuva decidiu não dar tréguas, mas surgiu-me logo a ideia da Casinha (andava há já algum tempo com vontade de provar as bolachas XL cheias de bom aspeto de lá). Há algo ali que me faz sentir bem, não sei se o aroma das bebidas e dos doces misturados, se a decoração muito minimalista em tons de branco, mas a verdade é que é um dos poucos sítios onde me sabe bem sentar e ir ficando, até olhar para o relógio e decidir que não dá mesmo para adiar a partida.
Já começava a superar a perda da Boulangerie de Paris e agora acho que, finalmente, voltei a encontrar uma sala de estar fora de casa.



I have a migrant friend living and Lisbon, who comes to Porto every weekend, and another one who just emigrated to the country she left twenty years ago. So, last Saturday, we met a little bit by chance to get back together and to say a short goodbye (no one likes farewells very much).
It wans't a very nice day, specially since the rain was pouring down, but I came up with the idea of Casinha (I had been craving their extra large and deliciously looking cookies). Something in that place makes me feel good, maybe the flavour of the drinks and the pastries, maybe the minimalist decor in tones of white. I just know it is a place where I like to sit down, relax, and just let time pass until I look at the time and decide I really have to go.
I finnaly have a living room outside home.


Thursday 23 January 2014

Foi assim que me vesti (8) / How I met my day (8)


Não gosto da moda das leggings a fazer de calças: não gosto de ver, e sei que não gostaria de sentir, o meu rabo tão exposto. Mas com uma túnica comprida tudo se resolve. E uma écharpe. Não esquecer a écharpe


I'm not a fan of this way of wearing leggings as if they were pants: I don't like to see it in other people and I know I wouldn't like to feel my bottom so exposed. However, the picture changes when we match them with a long blouse. And with a scarf. Never forget the scarf.





Sunday 19 January 2014

Espírito crítico

Nas últimas semanas, a praxe tem sido um tema de conversa recorrente e, tal como muitos temas polémicos, arrasta fundamentalismos de quem a defende e de quem a repele acerrimamente.
A minha experiência com a praxe foi para esquecer. Ia com uma ideia interessante do que aquilo seria, imaginava um conjunto de atividades divertidas que nos guiavam na entrada no ensino superior e que nos ajudavam a estabelecer laços de amizade com gente que nunca na vida tínhamos visto e que ia partilhar os nossos dias durante os próximos anos, que, no entanto, se revelou o oposto: uma seca, sem piada nenhuma e cheia de humilhações.
Um dos princípios da praxe parece-me muito bom: somos todos iguais, não há ricos, pobres, inteligentes, burros, bonitos ou feios. Mas nunca se levado ao extremo, porque, na verdade, não somos todos iguais. Lembro-me de ter uma colega a lutar contra o cancro no pulmão e, no meio de uma data de gente que ela não conhecia, um idiota qualquer que se achava dono de um poder absurdo, perguntou-lhe se ela estava bem. Após ela ter assegurado que sim, ele atirou-lhe com um por mim até podias cair aí para o lado, que eu não me importo.
Tentaram fazer-me ver que ele só disse isso porque na praxe não pode haver preocupações, um doutor não pode preocupar-se com um caloiro. Em certa medida, compreendo essa ideia, mas uma coisa é seguir as regras da praxe, a outra é ser-se um bronco sem capacidade de discernimento.
Deixei de ir à praxe depois de assistir a cenas absurdas, de recusar sessões porque tinha aulas e tentarem obrigar-me a faltar, depois de não concordar minimamente com a praxe do meu curso e da minha faculdade, nem com o seguir cego e ignorante de todas as regras levadas ao extremo. No entanto, sei que há, noutras faculdades, praxes interessantes, feitas por gente normal, sem abusos de um poder imaginário. Sem o culto da burrice.
Mas o que me tem incomodado sobretudo é que, perante uma associação inevitável da história do Meco à praxe, haja sempre alguém que diga, sem pensar duas vezes, que as pessoas não são obrigadas a nada e que só fazem aquilo que querem.
Não é verdade e ao longo dos anos tem havido imensos casos que o comprovam. É impossível esquecer a força que tem a vontade do grupo, o facto de uma pessoa ser posta à frente de uma multidão e forçada a fazer qualquer coisa que não quer. Não é fácil dizer que não, encarar os risos, o gozo, os comentários dos outros que, unidos, são muito mais fortes do que aquele indivíduo isolado que não quer ser ostracizado.
Seja na escola, na praxe ou no trabalho, uma pessoa não faz sempre aquilo que quer. E só acredita nisso quem nunca passou por uma situação em que quis dizer que não e teve de dizer que sim, ou em que um não lhe custou alguma coisa.

Saturday 18 January 2014

Bela sem senão / A tricky one

O produto em si não é propriamente espetacular. Ok, são gummy bears sem açúcar, é um bocado espetacular, mas nada que se compare com os comentários. O primeiro entra logo a matar.


This is not a so awesome product. Well, it's sugar free gummy bears, so maybe it it a little bit awesome, but nothing if we compare it with the comments. And the first one is very powrfull.

Wednesday 15 January 2014

Foi assim que me vesti (7) / How I met my day (7)

Os dias de chuva são complicados no que diz respeito à escolha de roupa. Mas nada que umas botas e uma gabardine não resolvam.




Rainy days are very complicated, concerning the choice of an outfit. A question quickly solved with a pair of boots and a raincoat.


Sunday 12 January 2014

Challenge not accepted!

Ir a lojas na altura de Natal, como já se sabe, significa horas de seca à espera de se ser atendido. Numa dessas investidas comecei a ficar extremamente impaciente, o que me deu para aparvalhar: desatei a rir sozinha de algo que me ocorreu. Do nada, surgiu-me uma ideia de um desafio que lancei ao meu marido:
- Pagava-te o que quisesses se te levantasses e, ao mesmo tempo que te dirigias para a saída da loja, gritasses não tenho tempo para isto; tenho de ir cortar as unhas dos pés.
Mas ele foi fraquinho e não o fez...

Everyone knows how stressing and boring it is to go shopping around Christmas. One of these days I had been waiting in a long line for quite a long time, so I started getting impacient and very crazy ideas: I laughed all alone of a very stupid thought that had just occured me. I callenged my husband: 
- I`ll pay you as much as you want if, while you walk to the store exit door, you shout I have no time for this; I have to go home and cut my toe nails.
Unfortunately, he chickened out and did nothing...

Saturday 11 January 2014

Break a nail (3)

Não foi para condizer com o tempo, muito menos foi uma metáfora para um estado de espírito com que não tenho estado. O cinzento entrou na minha vida apenas através das minhas unhas. Temi ficar um pouco com ares de gótica, mas nada disso.

Kiko (818)




It was not supposed to match the weather, much less was it a metaphore for a state of mind that, lately, hasn't been mine. Only my nails accepted the grey colour. I was a little bit afraid of being gothic-ish, but I really didn't.

Monday 6 January 2014

Homonímia / Homonymy

Há pessoas que fazem parte da nossa vida duma maneira tão forte, tão marcante, que mesmo que não nos lembremos delas todos os dias, alegramo-nos facilmente de as ver e somos incapazes de não nos deixarmos contagiar pela sua presença.
Tenho uma prima com quem fiz planos para viver, na minha fase eufórica por Lisboa que tenho muita pena de não ter podido concretizar. Depois de passarmos aquela altura infantil em que a vergonha nos impedia de comunicarmos imediatamente assim que nos víamos, costumávamos passar uma parte dos verões juntas, as duas homónimas, a comer, ver televisão, fazer compras e a rir, rir muito, sobretudo com os disparates ditos nas intermitências do sono.
O tempo foi passando e deixámos de estar tantas vezes juntas. Temos a sorte de ter crescido na era das mensagens instantâneas, pelo que acabamos por estar sempre por dentro dos acontecimentos mas, ainda assim, não é como gostaria. E ultimamente dou por mim a vibrar com a felicidade dela como não vibro com a de quase mais ninguém, talvez por ter uma noção do quanto ela teve de lutar e da quantidade de obstáculos que teve de ultrapassar para alcançar a felicidade que, espero, está a viver.
Acabei de receber o meu convite ainda não oficial para o casamento dela com o homem que, tanto consegui perceber, é em parte responsável por esta onda de bons acontecimentos. Desatei aos pulos e aos guinchos, tal como uma menina histérica, porque a minha prima homónima, a minha Maninha vai casar e quer que eu esteja lá para ver.


Some people are a part of our life so strongly that even when we don't think about them everyday, we can't help not being compelled by their presence.
I have a cousin with whom I had plans to live with, during my phase of euphoric passion for Lisbon, which I am very sorry that had never really happened. As soon as we grew up and got more at ease with each other, we used to spend a part of our summer together, my homonym and I, eating, watching television, shopping and laughing very hard especially because of all the non-sense said between two dreams.
But time passed and we stopped spending so much time together, although we are lucky enough to have grown up in the instant messages era, which allows us to always know what is going on with the other.
Lately, I've been living her happiness as it was my own, maybe because I have a small idea of how much she fought and how many barriers she has overcome to achieve all of this.
I just received my non official invitation to her wedding with the man that, as far as I can see, is partly responsible for this happiness. I started screaming and jumping like a small girl, because my homonym cousin, my Big sister is going to get married and she wants me to be there to testify it.

Sunday 5 January 2014

Conversas ao deitar (4) / Midnight conversations (4)

Cheguei ao pé dele, que estava a lavar os dentes, e mencionei que tinha estado à procura do meu telemóvel. Ele perguntou-me, de escova na boca, algo como:
- Bla bla bla água quente?

Achei que ou ele estava a ficar louco, ou era uma piada que eu não conseguia compreender.
Perguntei a rir:
- O quê?!

- Trouxeste o saco de água quente?

- Ah, fico muito mais aliviada. Percebi não queres pô-lo (ao telemóvel) debaixo de água quente?




Last night I met him in the bathroom, where he was washing his teeth, and told him that I had been searching for my phone. He asked me, with the tooth brush inside his mouth, something that sounded like:
- Bla bla bla hot water?

For a moment I thought that either he was going crazy or he was saying a very bad joke I couldn't get. So I asked, laughing:
- What?!

- Did you bring the hot water bottle?

- I'm so glad it was just it. I understood don't you want to put it (my phone) under hot water?

Saturday 4 January 2014

Break a nail (2)

Para a última semana, a cor escolhida foi um rosa escuro, muito a puxar para o vermelho sem, no entanto, lá chegar.

Uma vez mais, da Kiko (806)

Thursday 2 January 2014

2014


Comecei 2014 a abraçar algumas pessoas de quem mais gosto, numa cidade que me roubou os amigos quase todos, sem vontade de me despedir e com a estranha sensação de que, perante tantas mudanças que aí vêm, nada vai mudar. Pelo menos entre nós.
Na manhã seguinte, a primeira do ano, tomei em família o pequeno-almoço mais confortável de sempre e que há anos não tomava: torradas (daquelas bem estaladiças) e uma caneca de leite com chocolate muito quente, numa casa que, não sendo minha, me deixa tão à vontade como se fosse.
Estas pequenas coisas que me aquecem o coração, que me alargam o sorriso e que me conferem um brilho único aos olhos, prometem-me um ano como o que eu imagino, apesar de ainda ser muito pouco o que posso imaginar.
Embalada por esta viragem, por este novo começo que, afinal, é só uma mudança de ano (com a importância que queiramos dar-lhe), achei que não havia melhor altura do que esta para implementar uma decisão já há muito pensada. A partir de hoje, porque faz todo o sentido, cada post que escrever vai ter uma versão em português e outra em inglês. Não será uma cópia transposta do original pois tenho a sorte de ser a autora e a tradutora/localizadora.
Não lhe chamemos uma decisão de ano novo. Chamemos-lhe, se quisermos, o começo do meu 2014.