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In other words...

Tuesday, 30 April 2013

Maio, maduro maio


Maio aproxima-se aí vertiginosamente, sem ter ainda consciência da responsabilidade que tem mas tendo alguma noção que não será um maio qualquer. É o último mês das listas com palavras como catering, fotógrafos, cabeleireiro, quinta ou dj, porque tudo o que há ainda para fazer tem, de uma maneira ou de outra, de ficar feito agora. E, de repente, parece que falta fazer tudo.
Vou ter de aproveitar ainda mais cada hora e meia livre para poder fazer desporto e intensificar a dose, para não poder queixar-me de que não alcancei o meu objetivo; quero aproveitar cada bocadinho de sol para pôr cor na cara, no peito e nas costas; tenho de decidir se ainda posso cortar as unhas ou se já tenho de deixá-las crescer; tenho de tratar das últimas marcações de vestido, cabeleireiro e por aí fora; tenho de decidir todos aqueles pormenores que há um mês atrás pareciam ínfimos mas que agora se apresentam de uma importância soberba.
E, por isso mesmo, vou entrar em maio com os dois pés a caminho do casamento, com três dias seguidos de reuniões e provas. E mal posso esperar pela primeira.

Monday, 29 April 2013

Eu sei que ainda é abril, mas...


Que tempo estranho é este, que me permite apanhar banhos de sol quentinhos no terraço de manhã e me manda chuva e frio à tarde?

ASMR

Acabei de descobrir que ser um caso de estudo raro pode ser uma coisa muito boa. Ou, pelo menos, por uma razão muito agradável.
Desde que era pequenina que os sons mais normais do mundo me deixavam entorpecida: varrer, usar água, mexer em papéis ou em plástico, escrever mensagens num telemóvel de teclas físicas, arrumar talheres, lavar a louça, às vezes mesmo caminhar com chinelos de plástico. Enfim, uma enormidade de barulhos banais ou mesmo de estímulos visuais associados a esses sons, em qualquer situação, originam um formigueiro que começa na zona da cabeça e vai descendo até às pernas, deixando um abraço forte e caloroso na zona do tronco. Sinto-me a cair num vazio muito macio, muito confortável e se não despertar logo adormeço.
O mais incrível é que achei sempre que toda a gente sentia isto, especialmente quando abria, num transporte público, uma embalagem de qualquer coisa, provocando um desses sons de que tanto gosto (quando sou eu a fazê-los não é assim tão espetacular) para as pessoas à minha volta.
Como é um torpor tão intenso, tão viciante, quando era criança tinha medo de estar a ficar vermelha na cara e que os outros se apercebessem.
Mas ontem descobri que isso tem um nome (ASMR - Autonomous sensory meridian response) e que é um fenómeno interessante mas difícil de estudar porque apenas uma em cada mil pessoas o sente. Fiquei pasmada, porque achei mesmo (e continuo a ter algumas dificuldades em deixar de achar) que toda a gente o sentia.
Por isso digam-me: há por aqui mais alguém que tenha o prazer de experienciar isto?

Sunday, 28 April 2013

Desde o princípio


- Temos tanta sorte - disse-lhe eu hoje, depois de uma viagem em pensamento pelos nossos quase cinco anos de namoro. - Temos um começo juntos que ainda hoje podemos recordar sem remorsos, sem medos, sem arrepios de palavras proibidas.

E é verdade. Temos imensa sorte por termos um passado em comum que se transformou em presente e futuro e que é o nosso único passado. Não temos muita bagagem, não temos muitas histórias de vergonha, não temos pessoas que nos marcaram a ferro e fogo e que ainda hoje nos atormentam. Não. O nosso passado, o começo da nossa história, deu lugar a isto que vamos vivendo um ao lado do outro, sorrindo e recordando tudo que foi acontecendo desde que nos vimos pela primeira vez.

Saturday, 27 April 2013

Ouvir rádio é uma coisa do outro mundo

Ao jantar estávamos a ouvir no homem que mordeu o cão a história do A.J. Clemente, o pivot que deixou cair três palavrões como estreia na televisão no dia em que foi despedido. A dada altura, quando a Vanda Miranda disse algo como "ele agora anda a ser convidado de talk shows e assim", eu parei de mastigar e perguntei "a sério?", como se estivesse mesmo no meio de uma conversa.
Estranhamente ela não me respondeu, mas nós os dois, aqui em casa, escangalhámo-nos a rir.
O que vale é que ele também já tinha falado com uma máquina que não lhe respondeu, senão ficava eu a parecer mal.

Tuesday, 23 April 2013

Saudades

Preciso de poder reviver um dia que seja da nossa curta vida juntas para lhe redescobrir as feições, as expressões e a voz, porque desta caixa de vidro embaciado pela minha respiração em que vivo vislumbro uma vida desfocada lá fora: ouço um som vago que se parece com música, mas não entendo a letra; vejo vultos que passam, mas não reconheço os rostos; percebo que o dia e a noite se sucedem numa cadência sem fim, mas não distingo as cores.
Preciso de poder voltar atrás, abraçá-la e dizer-lhe como gosto dela, porque quando se é criança não se dizem essas coisas. Não é preciso. Aliás, nem pensamos nelas, porque o tempo chega para tudo e um dia, quando quisermos, podemos dizer aquilo que queremos. Mas o tempo engana-nos e acaba sem aviso, porque se cansou, e rouba-nos tudo aquilo que queríamos prender a nós. E deixámos tudo por dizer.
Precisava de um vídeo que fosse, um álbum de fotografias que me mostrasse tudo aquilo que não me lembro dela.
Precisava de a ter aqui comigo, ao meu lado o tempo todo, para ser minha madrinha de casamento e ajudar-me a tomar todas as decisões que têm tido que ser tomadas. Mas não sei como ela era: seria sincera e diria a verdade, ou alinharia nas minhas escolhas para não me ofender? De que tipo de música gostaria: mais clássica e tradicional, ou moderna, para uma dança animada? Que tipo de vestido usaria: comprido de gala, ou mais curto, com uma saia rodada? Como teria agora o cabelo?
Precisava dela para ser madrinha da filha que um dia terei e que terá o nome que ela tinha, a quem vou cantar as canções que ela me ensinou, a quem vou mostrar como comíamos uma laranja apenas com um pequeno furinho para o sumo sair.
Precisava de conseguir lembrar-me mais do tempo em que ela andava por cá e de não sentir tanto a falta dela, para parar este aperto no coração que não deixa o ar passar.

Monday, 22 April 2013

Primeiros passos nisto do casamento 20 - a dança II


No casamento de sábado foi a nossa grande prova, onde mostrámos que interiorizámos bem aquilo que aprendemos na aula de dança: a família dele estava toda lá, incluindo a prima-professora.
Normalmente seria eu a puxá-lo para dançar, mas desta vez foi ele que se deixou puxar pela música e que me puxou a mim. Foi a noite quase toda nisto, a dar voltinhas, saltinhos e tudo o mais, tirando algumas pausas para dar algum descanso aos pés e recuperar os níveis de água. E divertimo-nos mesmo muito.
Acho que o período de estágio foi superado com sucesso.

Sunday, 21 April 2013

Adeus cabelo comprido (5) - Trança em cascata fingida


Ontem foi o primeiro casamento de uma temporada de quatro a que vou este ano, até ao princípio de agosto.
Queria prender o cabelo de uma forma solta, mas suficientemente preso para não ter de me preocupar com ele o resto da noite, pelo que decidi fazer uma trança em cascata fingida só com uma parte do cabelo, como se fosse um travessão de um lado ao outro da cabeça.
Fingida porque a trança em cascata faz-se deixando cair uma das madeixas e substituindo-a por uma nova. Neste caso, imediatemente antes de a madeixa de baixo ir para o meio tirava-lhe um bocado, fazendo o efeito que se vê de cabelo a cair da trança. É muito mais simples do que a original.

Parece, mas o vestido mas não era branco.

Friday, 19 April 2013

Sonhos recorrentes


Passei muito tempo a ouvir outras pessoas falar de sonhos recorrentes, sem que soubesse exatamente o que isso era. A minha única imagem frequente em sonhos era a de entrar em casa ou no carro e a porta, em vez de fechar, voltar a abrir para trás. Normalmente, nesse momento, acordava, fechava conscientemente a porta e voltava a adormecer.
Mas ultimamente tenho três sonhos cuja ideia principal se repete muitas vezes. Em primeiro lugar e por ser o mais estranho e aflitivo, está o da chiclet: sonhos muitas, mas mesmo muitas vezes, que estou a comer uma chiclet ou um grande pedaço de carne que começa a picar-me na garganta e a impedir-me de respirar, mas nunca consigo deitar fora. Não sei se eventualmente respirarei mal durante a noite ou se serei apenas claustrofóbica e essa tendência está a manifestar-se em sonhos.
Depois vem um igualmente estranho onde saio à rua de saia e sem a depilação feita. Curiosamente tal nunca me aconteceu e não é propriamente uma coisa que receie. Tenho, também, sonhado que de um momento para o outro me falta um exame para acabar o curso - o mais difícil de todos - e estou na véspera a estudar, completamente stressada, porque sei que não sei nada e nunca vou acabar o raio do curso. Acordar é um alívio bastante grande.
Penso que este sonho não sou apenas eu que tenho, mas devido a tudo o que se tem passado por este mundo fora, sonho muitas vezes com explosões mesmo ao meu lado e que tento fazer tudo o que seja possível para sobreviver. Também é bastante angustiante.
E, na última semana, sonhei duas vezes que tenho pés grandes e peludos como os de um hobbit e que falo disso com toda a naturalidade do mundo a toda a gente. Provavelmente terá alguma coisa a ver com o facto de ter alguém que goza com os meus pés estranhos...

Acho que o Freud ia gostar de ter uma conversinha comigo.

Thursday, 18 April 2013

A Ameaça

Imagem daqui
Conheci o Ken Follet através do Terceiro Gémeo, que me fez sentir como se entrasse numa nova dimensão da qual tive forçosamente e a custo de sair quando fechei o livro pela última vez. Fiquei maravilhada, estonteada e completamente apaixonada por aquela história, pela escrita e pelas personagens, uma a uma. Aquele livro levou-me quase a um clímax literário a cada página que lia.
Tive de agarrar-me a uma parte dele e devorar todos os livros do autor que pudesse encontrar e, para quem não sabe, este senhor é o mestre do romance histórico repleto de espionagem. Gostei muito de uns e adorei outros, mas nada chegou aos calcanhares do que senti pelo Terceiro Gémeo, provavelmente por pertencerem a géneros tão diferentes.
De repente caiu-me nas mãos A Ameaça, um outro thriller moderno relacionado com a investigação científica na nossa era e com os potenciais perigos que pode representar a sua aplicação indevida. Uma vez mais, nada se compara ao Terceiro Gémeo, mas voltei a sentir aquela sensação de conforto e o entusiasmo que já tinha sentido uma vez ao ler o desenrolar dos acontecimentos.
Dei pelos meus olhos a fugirem pelas páginas adiante, saltando partes importantes, para chegarem à solução temporária do problema, mas obriguei-os sempre a voltar atrás, porque mais do que um bom contador de histórias, o Ken Follet é um ótimo escritor que me faz acelerar o meu ritmo de leitura e me deixa despedaçada quando a história chega ao fim.

Wednesday, 17 April 2013

Um beijo e um queijo


O meu namorado é tão fofinho que sabe a marca do queijo que eu gosto de pôr na salada.
E eu ainda digo que ele não é romântico...!
A melhor parte é ele chegar a casa com uma embalagem do dito.

Tuesday, 16 April 2013

É verdade


Um bom aspeto de ter cortado o cabelo é que já posso voltar a prender o cabelo no cimo da cabeça sem que ele fique tipo espanador, a cair por todo o lado.

Monday, 15 April 2013

Sunday, 14 April 2013

Questão de identidade


Ando a portar-me mesmo muito bem quer em termos alimentares quer a nível de desporto, que só não faço três vezes por semana porque é mesmo impossível, e tal como acontece sempre que faço dieta dá-me para cozinhar mais do que o normal, mas para os outros, e não me custa mesmo nada resistir às tentações.
Para verem, ontem tive à minha frente, oferecidos, dois lanches mistos da Ribeiro quentinhos e não dei uma só trinca. Para além disso, nas duas últimas semanas os meus dois irmãos mais novos e a minha mãe fizeram anos e o único pedacinho de bolo que comi foi-me imposto. No entanto, houve uma coisa a que não resisti mesmo: quando vi uma garrafa de Bailey's à minha frente deitei um cubo de gelo no copo e enchi-o com o licor que bebi sem sentir nem uma ponta de remorsos.
O que será que isto diz de mim?

Wednesday, 10 April 2013

Compensação?


Talvez tenha nascido umas valentes décadas atrasada, porque todos os dias há pelo menos um sexagenário que prontamente me elogia em alta voz com um elaborado "que linda" ou um sofisticado "que riqueza!".
Acho que se fosse jovem há trinta anos atrás seria, certamente, um sucesso.
Isso ou os avós de hoje em dia são uns porcos perversos.
Escolho a primeira.

Tuesday, 9 April 2013

Going the distance


Ser sortuda é ter uma amiga disposta a comprar uma viagem de um fim de semana de Tampa até cá só para  poder estar presente no meu casamento, e que quando viu as fotografias do meu vestido, que evidenciavam alguns defeitos, exclamou "que linda! que orgulho!" e acrescentou "estou tão feliz pelo vosso casamento que mais parece que sou eu que vou casar".
Ser sortuda é saber que apesar das dificuldades que apareceram pelo caminho, ela vai mesmo estar cá naquele que será um dos dias mais importantes da minha vida.
Ainda assim, tenho imensa pena que, pelo menos fisicamente, ela não tenha podido participar tanto neste processo todo, porque as pessoas mais importantes são sempre as que mais falta fazem.

Conversas ao pequeno-almoço (3)


De manhã, quando acordámos, ele foi à cozinha tirar o pão da máquina e constatou que não tinha crescido/subido. Sugeriu que talvez o problema fosse de deitar azeite.
Quinze minutos mais tarde, quando estávamos a tomar o pequeno-almoço, diz ele:
- Se calhar quando tu estavas a crescer alguém te deitou azeite...

Ao menos assim sabia o porquê de me ter ficado apenas por estes parcos centímetros.

Monday, 8 April 2013

Conversas ao final do dia (4)


Eu: Hoje de manhã não houve obras, mas ouvi passos no andar de cima.
Ele: Devia estar a preparar o discurso.

Sunday, 7 April 2013

Primeiros passos nisto do casamento 19 - o pedido


Somos um casal muito pouco separatista ou sexista, como lhe queiram chamar, onde as obrigações de cada um estão perfeitamente divididas e definidas. No entanto, no que diz respeito ao pedido de casamento, fiz questão de esclarecer desde cedo que queria um cenário minimamente romântico, um joelho no chão e um anel numa caixinha, sem grandes discursos nem rodeios. Só o pedido.
Mas também queria manter-nos coerentes e fazer qualquer coisa romântica por ele, mostrar-lhe que não me limitava a dizer que sim e ficar à espera de ser a personagem principal enquanto ele era um figurante nesta peça toda do casamento.
Tradicionalmente, deveria dar-lhe um relógio, mas não só não seria o primeiro que eu lhe daria, como sei que não ia usá-lo tanto como eu uso o anel.
Fiquei muito aquém dele, mas mesmo assim na sexta feira à noite (na verdade já eram duas e meia da manhã), quando estávamos quase a chegar a casa, sugeri-lhe irmos até ao rio, para vermos a ponte da Arrábida iluminada, porque estava frio mas um céu limpo. Descemos até à marginal e, de facto, a noite estava muito bonita, viam-se as luzes todas de Gaia e as do Porto refletidas na água.
Estacionámos e disse-lhe:
"Estás em vantagem, porque já sabes que eu quero casar contigo. Mas eu ainda não sei se tu queres casar comigo".
E estendi-lhe um kindle que ele agarrou logo com os olhos a brilhar, ainda antes de dizer que sim, que chegou logo a seguir.
Agora que estamos ambos de acordo, já podemos casar.

Saturday, 6 April 2013

Adeus cabelo comprido (4) - Levemente preso ao lado

Normalmente gosto de ter o cabelo longe da cara e tenho o hábito de o pôr todo para um lado, mas com o vento ou ao andar ele acaba por se espalhar por toda a largura das minhas costas. Para solucionar esse problema, hoje andei assim:




Thursday, 4 April 2013

Conversas ao final do dia (3)


O meu namorado sofre do grande mal de não conseguir desligar o despertador mal o ouve, nem sequer de sair da cama mal ele toca. Assim sendo, passo pelo menos meia hora a ouvir as gentes da Comercial às gargalhadas, enquanto lhe dou encontrões para ver se se faz silêncio.
Ontem à noite, quando nos deitámos, dei-lhe um sermão sobre o quão sonolenta isso me deixa e que tem de ser responsável e bla bla bla. Ele pediu desculpa. Eu continuei. Ele virou-se para o lado. Eu continuei. Ele virou-se para mim e disse, muito sereno:
- Há aqui pessoas que querem dar-te um prémio.
- Prémio?
- Sim. De maior bruxa desta cama.

Horário de verão



E o bom que é sair do trabalho ainda de dia?
Não aquele dia quase terminado, em que lutamos contra as horas para chegar à próxima estação de metro ainda com um bocadinho de luz, mas aquele dia mesmo luminoso, que me obrigou a verificar uma data de vezes as horas que eram, para me certificar de que não me tinha enganado e saído do trabalho mais cedo do que o suposto. E ao chegar a casa voltar a sair para tomar um café com uma amiga e entrar novamente em casa ainda de dia, para assistir ao pôr-do-sol sentada no sofá, através da janela.

Não sei quem se lembrou disto de mudança de hora, mas merecia um beijinho e uma palmadinha nas costas.

Monday, 1 April 2013

Invenções do demo

Quem já experimentou o novo Google nose?
Vão lá ver, que vale a pena!

*Era a mentira deles de dia 1.