To read any post in English, click on Read more.

In other words...

Friday, 30 November 2012

Livros de novembro

Este mês foi, literariamente falando, inteiramente dedicado ao Ken Follet. Já tinha ouvido falar muito nele e já me tinha sido aconselhado, mas nunca tinha chegado a ler um livro do senhor. Ora, estava eu no limiar da angústia porque estava a acabar o último livro que tinha para ler sem mais nenhum à vista, quando me é posto à frente O terceiro gémeo. Um livro grosso, de 518 páginas, daqueles que duram muito, tal como eu gosto.
Li-o em menos de uma semana, por isso a finalidade de ter sempre alguma coisa para ler quando entro no metro ou no autocarro foi um bocado pela valeta abaixo, mas não consegui conter-me e devorei-o em cada minuto livre, tendo chegado ao fim com aquela sensação de quero mais.
É uma história sobre um homem acusado de uma violação pela qual não é responsável, da vítima que o identificou sem margem de dúvidas, da amiga da vítima que estuda gémeos e descobre que afinal o acusado tem um gémeo que talvez tenha cometido o crime e do gémeo que, afinal, está na prisão e não é filho dos mesmos pais que o primeiro.
A amiga da vítima e o primeiro gémeo trabalham lado a lado para ilibar este último e descobrem todas as respostas que procuravam. E muitas mais.
Um livro extremamente bem escrito com o título mais genial de sempre.
Estou mortinha por me esquecer da história para voltar a lê-lo.
Daqui
Voltei a abraçar o Ken Follet com O homem de Sampetersburgo, onde conhecemos o Duque Walden que, na Inglaterra de 1941, prepara com Churchill uma aliança secreta com a Rússia, que a manterá ao lado dos ingleses durante a guerra iminente. No entanto, um anarquista russo faz tudo para evitar que a aliança seja concretizada e viaja até Londres onde dá de caras com o passado que lhe escapou por entre os dedos.
Não gostei tanto como d'O terceiro gémeo e achei a leitura mais difícil, provavelmente devido à complexidade das referências históricas, mas não fiquei minimamente desiludida.
Daqui 

Agora estou a meio do Voo final, também sobre Segunda Guerra, mas foca-se especialmente na Dinamarca e na sua resistência secreta aos nazis. Contudo, falarei deste só quando o acabar.

Mudei-me

Aos doze minutos do trigésimo dia do mês de novembro, mudei-me.
Bem-vindos.

Thursday, 29 November 2012

Natalices (8)


A Kim Kardashian fez uma sugestão a quem não quer engordar durante o Natal, que consiste em deitar fora os restos de comida assim que a festarola acabar.
Eu concordo e acho muito bem que se faça isto todos os anos, em todas as casas, especialmente num ano de crise como este. No entanto, alterava-lhe ali um pormenor: quem quiser não engordar durante o Natal pode enviar-me todas as sobras, nomeadamente de queijo da Serra, pão de ló de Ovar, rabanadas (sem vinho do Porto), leite creme, aletria e bacalhau assado. Junta-se o útil ao agradável e só se engorda numa casa: a minha. Mas depois tenho o resto do ano para recuperar.

Wednesday, 28 November 2012

A espiga de Trigo


Ando outra vez em modo de mudanças, porque hoje acordei e decidi que queria mudar.
O que é que vou mudar desta vez?
O título, o endereço e o nome com que assino o blog.

Porquê?
Porque me apetece algo com que me identifique mais, um nome que consiga dizer em voz alta sem me sentir envergonhada e porque o nome atual não me soa bem.

Vai ser definitivo?
Espero que sim, porque andar a viajar de domínio em domínio é cansativo e uma pessoa acaba por não estabelecer raízes em lado nenhum. Basicamente sou uma emigrante de blogs e apetece-me agora fixar em www.aespigadetrigo.blogspot.com e mudar a minha identidade para a espiga de trigo.
Se entretanto me der para mudar outra vez, logo aviso.
Sexta-feira mudo-me. Se me quiserem acompanhar, façam o favor.

Monday, 26 November 2012

Telemarketing

Ando a ser atormentada por telefonemas do Barclaycard há quase dois anos. Já rejeitei algumas chamadas e já atendi outras dizendo que não estava interessada. Mas porquê?, perguntaram-me do outro lado. Com certeza que concorda que a nossa campanha é vantajosa... Respondi que não sabia e insisti em que não estava interessada.
Uns meses depois voltaram a ligar com a mesma conversa da treta. Respondi o mesmo, voltaram a ligar. Rejeitei chamada atrás de chamada até que finalmente atendi e pedi à senhora que parasse de me telefonar, que já estava farta da publicidade agressiva deles e que não estava nem nunca iria estar interessada num cartão de crédito do Barclaycard. Mas eu nunca tinha ligado para este número. É a primeira vez que ligo, responderam-me do outro lado. Retorqui que não era verdade e que já tinha recebido uma data de chamadas deles. Mas isso não fui eu. O que os meus colegas sabem não é comigo, foi a resposta da senhora muito bem formada.
Um par de meses depois, a história voltou a repetir-se. Já lá vai meio ano. Há alturas em que me ligam todos os dias três e quatro vezes seguidas. Já rejeitei chamadas, já atendi chamadas e não falei, já atendi chamadas e deixei-os a ouvir a sucessão das paragens do autocarro em que ia, voltei a rejeitar chamadas e eles continuam a ligar.
Não sei que raio de organização é aquela, mas é uma espécie de máfia do telemarketing que, não sei como, tem informações minhas que nunca lhes cedi.

Sunday, 25 November 2012

Primeiros passos nisto do casamento (10) - o vestido parte I


O modelo estava há muito escolhido e a modista foi-me recomendada há vários meses e, se o primeiro encontro foi apenas para ver a imagem e encomendar tecidos, hoje a coisa já ficou encaminhada, com a cor e o tecido acertados, as medidas tiradas, algumas ideias anotadas e a prova do modelo marcada.
A partir de agora vamos ter uma relação à distância, em que nos veremos de quinze em quinze dias, sempre com ideias novas para acrescentar e pormenores para acertar. Estou ansiosa por vestir o meu vestido tal como o usarei no dia do casamento e, quem sabe, soltar a lagrimita da praxe.

Saturday, 24 November 2012

Logo à noite...


Lembro-me de andar no secundário e, depois, na faculdade e ter de acordar bastante cedo para estar nas aulas às 8h30. Como não gosto de chegar atrasada e normalmente até chego sempre alguns minutos mais cedo, acabava por acordar ainda mais cedo do que o necessário e todas as manhãs pensava no final desse dia, quando pudesse voltar para a cama.
Entretanto, há muito tempo que já não pensava assim... até esta semana começar. Cumprir prazos às vezes implica deitar mais tarde e acordar mais cedo, sem dedicar o tempo normal reservado para o lazer, por isso passei os últimos dias em frente ao computador, nos tempos livres, para conseguir acabar o projeto que me foi atribuído no Domingo e a pensar, quando o despertador tocava, só quero que chegue logo à noite.
E finalmente é fim de semana, o projeto foi entregue e amanhã posso dormir até não ter sono e lançar as preocupações para trás das costas quando for passear e não fazer nada.

Monday, 19 November 2012

Pedaços gastronómicos do fim de semana

Montaditos com batatas dos 100 Montaditos,
enquanto o carro estava numa consulta de ortopedia automóvel 
Salada de tomate, mozzarella e manjericão
para compensar o resto do fim de semana
Éclairs da Leitaria da Quinta do Paço.
Não gosto de clássico, por isso o de frutos vermelhos é o meu.
Francesinha num restaurante da Baixa
digno das festas de faculdade




Friday, 16 November 2012

Viagens no tempo

Recebi hoje por correio um questionário do centro de emprego para entregar até ao próximo dia 15 de novembro. Das duas uma: ou o prazo é de um ano, para as pessoas não poderem queixar-se de que não tiveram tempo; ou estão a tentar averiguar quantas pessoas neste país são capazes de viajar no tempo.
Se conseguir, comunico na semana passada.

O que conta é a intenção


Não há como ficar indiferente à manobra publicitária que hoje alia o jornal Metro a uma marca de champôs. Entendo a ideia de perfumar as ruas, as estações de metro e as pessoas com o aroma a pêssego artificial. Mas passar o dia a snifar doce desde que, logo pela manhã, pus os pés fora de casa, é coisa para me dar a volta ao estômago.

Thursday, 15 November 2012

Quem sou eu?


Sou a pessoa mais preguiçosa que conheço e deixo tudo o que puder fazer amanhã para daqui a dois meses. Faço tudo à última da hora, adio planos porque não me apetece fazer nada, deixo acumular roupa em cima da cadeira porque me custa muito arrumá-la e, sempre que posso, vou de elevador ou de escadas rolantes.
Mas ultimamente coisas estranhas têm acontecido e tenho-me tornado impaciente, por isso não consigo esperar que a escada rolante me leve até ao meu destino, pelo que vou escalando a montanha elétrica até chegar lá pelo meu próprio pé, por exemplo. Também podia falar-vos do facto de costumar apanhar um autocarro desde a estação de metro até quase à porta de minha casa, mas essa brincadeira já não me passar pela cabeça há mais de um mês. Contudo, o que preciso mesmo de partilhar é a minha perplexidade face à minha decisão anti-preguiça de ontem. Vinha eu embora do trabalho quando o painel da estação me avisa que o próximo metro demora 28 minutos a chegar. Tinha duas opções: sentar-me num banquinho ali mesmo a chamar por mim e dedicar meia hora extra à leitura, ou ir indo a pé. Como o raio da estação é ventoso que se farta e lá em cima, no mundo livre, estava um solzinho maravilhoso, fui descendo a avenida a pé, de livro fechado dentro da carteira, mas a apanhar uma valente dose de vitamina D.
Se o tempo do percurso até à estação do transbordo não fosse superior ao tempo de espera do metro, tinha continuado sempre a andar.
Algures neste último ano tornei-me numa outra pessoa e isso deixa-me levemente assustada.

Tuesday, 13 November 2012

Máximas questionáveis


O desporto é muito saudável, porque enrijece os músculos, acaba com a obesidade e uma pessoa sente-se rejuvenescida quando consegue combater a ociosidade e lá levanta o rabo para abanar um bocadinho o corpo.
Mas, depois de uma hora de ténis há dois dias, não consigo dar um passo sem que as minhas pernas fraquejem ou que as minhas costelas deem de si e eu seja acudida de uma vontade imensa de me atirar para cima da cama a chorar e a prometer a mim mesma da próxima vez ser fiel ao sofá.

Monday, 12 November 2012

Bebés


Passei a noite de sábado com um bebé de quatro meses ao colo, a palrar com ele, a rir-me com os sorrisos e as gargalhadas dele, a limpar-lhe o bolsado e a apertá-lo nos meus braços com vontade de o trazer para casa comigo. E quando pousei o bebé no colo do meu namorado e ele se aninhou perfeitamente... derreti-me.
Como era de esperar, toda a gente que passava por mim me perguntava se eu estava em estágio e se já estou pronta. Respondi sempre que não, que para já vamos casar e só daqui a três ou quatro anos é que encomendamos as crianças: uma menina, um menino e uma menina. Tudo com calma, um passo de cada vez. Iam-me respondendo que não devo ter pressa, que a liberdade acaba, que a vida muda completamente e que nunca mais volta a ser o que era, porque as preocupações multiplicam-se, as noites deixam de ser bem dormidas e passamos a ter responsabilidades que não podemos descurar.
Sei disso tudo, mas se pudesse tinha já um. Nada me agrada mais do que imaginar como será ter nos meus braços o primeiro fruto do meu amor, com o cabelo perfeito dele, o sorriso simpático dele, o humor agradável dele, e vê-lo crescer, tornar-se numa boa pessoa, grande (só se sair ao pai), bonita, simpática e inteligente de quem me orgulharei, de certeza.
Era só ter condições para isso e engravidava já este ano.

Sunday, 11 November 2012

Cumplicidade


Estamos juntos há quatro anos e meio, conhecemo-nos por dentro e por fora, prevemos os pensamentos e as ações um do outro, sabemos os gostos e os desprezos um do outro. Somos amigos, somos amantes, somos companheiros, somos confidentes e ele é a melhor companhia para as tardes animadas, para as noites calmas, para os momentos nostálgicos, para as sessões de lágrimas, para as horas de chá, manta e bolachas, para as gargalhadas desmedidas, para as previsões do futuro e para os pensamentos um pouco estranhos que há em mim.
Ontem jantámos lado a lado enquanto conversávamos sobre uma data de coisas, até que ele decidiu mostrar-me os vídeos mais vistos do youtube. Passámos, então, uma quantidade significativa de tempo a ver videoclips e a cantar até que vimos as duas temporadas de Fora da box enquanto ríamos às gargalhadas. Sugeri que víssemos um episódio de Modern Family para podermos ir para a cama, mas acabámos por ficar cerca de duas horas a rir feitos loucos por coisas que provavelmente não fariam mais ninguém rir. Ameaçámos, por diversas vezes, ir dormir, mas mesmo já de pijama vestido e dentes lavados, deitados debaixo do edredon, continuámos a rir até o sono vencer.
Podíamos ter ido sair, podíamos ter ido ao cinema ou podíamos ter ido a uma festa cheia de gente. Mas ficámos em casa só os dois e vivemos uma das noites mais perfeitas de sempre.

Thursday, 8 November 2012

Abrir os olhos antes de abrir a boca

Deprimem-me (e não tenho paciência para) pessoas que só têm conversas típicas de taxistas ignorantes e alheados da realidade, uma vez que só emitem opiniões através de opiniões formuladas por outrem, seja sobre um livro, uma cidade, uma pessoa, ou sobre o país e qualquer decisão do governo.
Confesso que quando o Saramago recebeu o prémio Nobel, havia muita gente à minha volta que apregoava não gostar dele, porque escrevia mal e porque era português mas fugiu para Espanha e mais não sei o quê. Vai daí, assumi que também eu não tinha por que gostar dele. No entanto, um par de anos mais tarde, quando comecei a crescer, apercebi-me de que não havia qualquer fundamento para o meu juízo de valor, pelo que decidi ler o Todos os nomes e, a partir de então, passei a adorar a escrita do Saramago.
Hoje em dia convivo com imensa gente que ainda não cresceu nem percebeu que aquilo que os outros pensam não é obrigatoriamente aquilo que toda a gente tem de pensar. Nem todos temos de odiar Portugal, nem todos temos de jurar a pés juntos que aqui é que se está mal, que só (todos) os nossos governantes é que são incompetentes, que os portugueses são todos uns gatunos estúpidos e inocentes que não sabem fazer nada de jeito.
Orgulho-me de gostar do meu país, embora queira, a muito curto prazo, ir temporariamente viver para fora. Orgulho-me das coisas boas que se fazem aqui, dos feitos que alcançamos, das pessoas notáveis que temos, da nossa cultura e das nossas qualidades. E orgulho-me de não ter vergonha de o admitir para quem me quiser ouvir.
Não precisamos de ser uns patriotas acérrimos que defendem tudo o que se passa para cá da fronteira, mas um bocadinho mais de brio e de positivismo não fazia mal a ninguém.

Wednesday, 7 November 2012

Não chove nem faz orvalho, mas está um frio que vou-vos contar!


Com o frio que está hoje, achei que era a altura mais oportuna para estrear uma das golas que fiz em tricot. Comecei foi a pensar que talvez deva investir num macacão todo em lã, uma vez que a única parte do meu corpo que está quentinha é só mesmo o meu pescoço.


Tuesday, 6 November 2012

Missão tonificar


Passei mais ou menos dois meses a viver uma vida sedentária, onde o único exercício físico que fazia era o de ir a pé de e para a estação de metro, várias vezes ao dia. Uma caminhada de 10 minutos num andar rápido, multiplicada por dois, por quatro ou por seis, dependendo do meu horário.
A temporada de wakeboard acabou, para mim, já há algum tempo (desde que veio o frio e as águas se tornaram glaciares) e o ténis ficou em stand-by até, provavelmente, este fim-de-semana. Para além disso, o meu comodismo e a minha preguiça impediram-me de levantar o rabinho no sofá e de o sentar num colchão de pilates para fazer alguns exercícios, como fazia todas as manhãs. 
Até há quatro dias atrás, quando a força de vontade falou mais alto e comecei, aos pouquinhos, a recuperar a minha rotina. Durante o fim-de-semana doía-me a barriga de cada vez que me ria e não conseguia pegar em nada com os braços que, coitados, se tinham habituado fortemente à flacidez e à inatividade.
Mas a alguns meses do casamento, a coisa tem de ir ao sítio (por coisa entenda-se eu e o meu corpo) e não posso dar-me ao luxo, nem quero, de me armar em big fat gipsy bride, com banholas a sair das costuras do vestido para fora. Por isso conto no Natal vestir um vestido sem ter uma pançolas a espreitar para as rabanadas e poder abanar os braços sem parecer que vou levantar voo.

Saturday, 3 November 2012

Adoro...


... num sábado de manhã, ouvir o som das rodas dos automóveis a passar sobre a água que a chuva deixou no chão, enquanto tomo o pequeno-almoço ou vejo televisão enroscada no sofá. É um barulho que desde sempre me fez sentir muito confortável.

Friday, 2 November 2012

Homemade pasta

Um dos livros que li recentemente, A noiva italiana, falava muito sobre a cozinha italiana, o que me inspirou a experimentar fazer massa em casa, pelo que aproveitámos o feriado para pôr a cozinha em pantanas, com farinha por todo o lado e fios de massa pendurados no varão dos utensílios de cozinha e dos condimentos.
 
Tudo começou com um monte de farinha e ovos...
... que foram bem amassados,... 
... colaram-se peganhosamente às mãos,...
... mas acabaram por originar uma bolinha...
...consistente, amarela e bem cheirosa,... 
...que, embrulhada em película aderente, foi enfiada no frigorífico.
Meia hora passada, era altura de espalmar a massa com o rolo.
Deu trabalho e exercitou os braços, mas acabou por ficar mais fininha.
Foi dobrada e ficou com este formato de bacalhau, para poder ser cortada
Os fios, uns mais largos do que outros, foram pendurados para secar.
Os pedaços extra foram enrolados à volta de pedaços de queijo como megaviolis
Este foi o resultado delicioso.
 Não sei se economicamente compensa fazer massa em casa, em relação à que se compra no supermercado, prontinha para ir para a panela. Mas é muito mais divertido e deixa um cheirinho maravilhoso a comida caseira.