Quando era mais nova, como qualquer criança que se preze, não apreciava peixe. Penso que nem sequer os douradinhos e tenho a certeza de que muito menos os filetes de pescada me convenciam. Com a idade veio a sabedoria de conseguir apreciar o que é realmente bom, para além de doces e fritos, e não digo que não a um peixinho grelhado. Aliás, se me visse obrigada escolher uma só refeição para comer o resto da vida, ia ser muito difícil decidir-me entre o pato assado com molho de laranja ou uma posta de salmão com sal e limão.
Farta de francesinhas e de comidas pesadas, no sábado deu-me uma saudade do verão, das refeições peixeiras em Peniche e em Sesimbra à beira-mar, com o aroma intenso da água salgada. Assim, para agradar a quatro gostos, rumámos ao Diu, um restaurante caseiro junto à igreja de Cedofeita. No andar de cima, para não ver mais gente do que a que queria pagar para ver, num ambiente ao qual só retiraria a televisão ligada, comi uma senhora dose de peixe espada grelhado, acompanhado com uma montanha de legumes, entre salada mista e feijão verde com alho.
Não tendo sido o melhor peixe que comi na vida (era sábado à noite, no centro do Porto), fiquei fã. E já sei aonde me dirigir quando a saudade marítima me bater à porta.
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