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In other words...

Thursday, 31 October 2013

A igreja e o estado

http://www.publico.pt/

Esta foi uma das coisas mais engraçadas que li nos últimos tempos.
Por coincidência, passei o fim de semana passado a falar no tema de religião, das crenças e da razão pela qual a maioria das crianças que anda em colégios religiosos (como foi o meu caso) quando de lá sai acaba por, mais tarde ou mais cedo, afastar-se destes princípios, por vezes até a um ponto de rutura.

Wednesday, 30 October 2013

A felicidade mora aqui


Não sei se a felicidade é um destino, um caminho ou simplesmente uma maneira de encarar a vida. Só sei que seja o que for, neste momento tenho-a ao máximo. Claro que, insatisfeita que sou, aceitava de bom grado muitas coisas que a complementariam, como uma gatinha para me fazer companhia quando chego a casa... Também sei que, mais tarde ou mais cedo, posso revisitar este meu estado de espírito eufórico e pensar mal eu sabia.
Mas prefiro não pensar nessa eventualidade. Não para já quando três dias numa só semana já chegaram para várias voltas alucinantes no carrossel louco da vida.
Tudo corre bem.

Monday, 28 October 2013

A nossa nova mansão


Entrar em mudanças, numa fase de novos começos, é abrir uma porta de pequenas surpresas entusiasmantes capazes de impulsionar o mundo aos nossos pés. É o que o mantém a girar e o que nos deixa continuar a sonhar com a nova rotina, cheios de adrenalina por abandonar a antiga e encara uma realidade completamente nova, à qual ainda não sabemos agarrar-nos muito bem. E é também por isso que cada uma destas portas tem o dom de fazer tremer, um bocadinho, perante o desconhecido, o medo - ainda que ligeiro - do insucesso. Sair da zona de conforto e saltar para a frente pode manter-nos acordados até mais tarde a dar voltas e voltas à cabeça em tentativas infrutíferas de delinear um plano infalível.
É por isso que, no alpendre de uma casa cheia de portas por abrir, voltar àquilo que se conhece, cujos resultados já são conhecidos, pode ser todo o alento que nos falta. Bastou uma manhã de sol - e que sol! - no meio de tanta chuva e humidade para voltarmos os dois a jogar uma partida de ténis, ainda nada profissional, um pouco frustrante quando as bolas falham a raquete, mas muito gratificante.
Agora resta espalhar energias positivas por todo o lado para que amanhã seja, apenas e só, o início de novas fases muito muito boas.

Friday, 25 October 2013

Manicure caseira

Tratar das unhas sempre me incomodou, embora adore andar com elas arranjadas. Um dos meus maiores problemas era ficar com o verniz sempre incrustado na unha, por mais acetona que usasse. O outro era, obviamente, o tempo que demora a secar, que exige de mim duas horas de mãos a abanar sem mais nada fazer. Volta e meia lá me passava, cortava as unhas rentinho e deixava-as a recuperar a tonalidade normal, sem verdes, roxos ou vermelhos para lá misturados.
Na única vez em que fui à manicure (para o casamento), a rapariga disse-me que o problema era não usar uma base ao qual o verniz se agarrasse. Não só protegia a unha como facilitava a remoção do dito. Sou pouco crente nestas teorias, mas lá cedi e encontrei na Kiko o 3 in 1 Shine: fortifying, fast dry, base coat e top coat. Basicamente serve para tudo: protege antes do verniz e, por cima dele, dá brilho e ajuda a secar mais rapidamente. Mas ajuda mesmo!
Para além disso, as unhas aguentam-se mais do que uma semana inteira (o que é bastante mais do que o que aguentavam antes) sem descascar, mesmo fazendo tudo o que se faz num dia a dia.

KIKO 3in1 SHINE + KIKO nail lacquer 348

Isto do casamento (8) - As alianças

Cheguei a ponderar alianças de ouro branco, uma vez que não gosto particularmente de ouro amarelo (tanto que até ao casamento não usava uma só peça que fosse desse material), mas percebi que aquilo de que não gosto é o brilho. Assim sendo, andámos à procura de umas alianças baças, já com ar de usadas e não novinhas em folha. É aqui que entra a exponoivos (fui à de Braga), onde fiz um grande negócio com o dono de uma ourivesaria e o par ficou por um preço mesmo muito agradável, ainda por cima tendo em conta os 900/1000€ que tínhamos andado a descobrir.
Foram oferecidas por duas das madrinhas e ajudadas a escolher pela terceira. Mandámos gravar apenas os nossos nomes próprios e a data. Desde então uso a minha sempre junto ao anel de noivado e adoro a combinação do prateado com o dourado. Mais ainda, adoro olhar para o dedo dele e ver lá a aliança, sabendo que tem o meu nome escrito por dentro.



Thursday, 24 October 2013

Galochas



Estava um pouco céptica quanto à moda das galochas, que penso nem sequer ter usado quando ainda chapinhava nas poças de água. Parecem-me sempre botas de borracha de cavar na terra, completamente sem piada, que ficam demasiado mal numa toilette do dia a dia para serem elegantes. Até que comecei a pousar os olhinhos numas coloridas, longe das banais lisas, que me pareceram compor de uma maneira bastante original as vestimentas num dia de chuva.
Chegar a casa com os pés molhados das cargas de água que apanhava em cinco minutos na rua também colaborou para que procurasse um calçado mais apropriado para estes dias como o de hoje.
Foi então que descobri que o Jumbo, orgulhoso do feito do ano passado, decidiu lançar uma nova coleção de galochas. Rendi-me às evidências e fui hoje à hora de almoço a correr buscar umas que já tinha pré-selecionado. Lá estavam elas à minha espera, quase sozinhas.
Continuo um pouco céptica quanto à parca ventilação deste tipo de calçado, mas é uma experiência cujas conclusões estou cheia de vontade de averiguar.


Monday, 21 October 2013

Porto stock fair

Este ano não houve feira do livro no Porto, mas não interessa, ninguém quis saber: já houve uma data delas e mais uma data haverá ainda, para compensar e ninguém ficar a perder. Até dia 27, domingo, o Palácio de Cristal volta a acolher um encontro literário com grandes descontos, quanto mais não seja para inspirar novas leituras.
Eu vou, até porque há alguns autores que pairam na minha cabeça já há algum tempo e não os quero deixar escapar.

Ou carne ou peixe


Quando era mais nova, como qualquer criança que se preze, não apreciava peixe. Penso que nem sequer os douradinhos e tenho a certeza de que muito menos os filetes de pescada me convenciam. Com a idade veio a sabedoria de conseguir apreciar o que é realmente bom, para além de doces e fritos, e não digo que não a um peixinho grelhado. Aliás, se me visse obrigada escolher uma só refeição para comer o resto da vida, ia ser muito difícil decidir-me entre o pato assado com molho de laranja ou uma posta de salmão com sal e limão.
Farta de francesinhas e de comidas pesadas, no sábado deu-me uma saudade do verão, das refeições peixeiras em Peniche e em Sesimbra à beira-mar, com o aroma intenso da água salgada. Assim, para agradar a quatro gostos, rumámos ao Diu, um restaurante caseiro junto à igreja de Cedofeita. No andar de cima, para não ver mais gente do que a que queria pagar para ver, num ambiente ao qual só retiraria a televisão ligada, comi uma senhora dose de peixe espada grelhado, acompanhado com uma montanha de legumes, entre salada mista e feijão verde com alho.
Não tendo sido o melhor peixe que comi na vida (era sábado à noite, no centro do Porto), fiquei fã. E já sei aonde me dirigir quando a saudade marítima me bater à porta.

Conforto gastronómico


No final de uma semana e antes mesmo de começar outra, na segunda feira bem cedo, nada como uma sopa acabada de fazer, num ambiente de baunilha gentilmente perfumado pela vela do Ikea oferecida pela minha irmã.


Friday, 18 October 2013

Fosso de gerações


As gerações mais antigas, aquelas que têm agora entre os quarenta e os sessenta anos, gostam de empenhar o seu tempo a maldizer as gerações mais novas, desprovidas de educação e de formação, únicas responsáveis por todo o mal deste mundo.
Eu sou um membro de uma destas gerações mais recentes, destas que estão algures no meio da cronologia, sobre as quais recaem as críticas sábias dos mais velhos. Também eu sou testemunha de que num cruzamento entre novos e velhos, só os segundos se dirigem a mim não com simpatia, mas com comentários lascivos de fazer envergonhar qualquer pessoa que os ouça. Não tenho o hábito de responder. Em vez disso, olho para baixo ou para o lado e finjo que não ouço.
No entanto, há uns dias, ao chegar à passadeira cruzei-me com um senhor dos seus sessenta anos, com bom aspeto, que me falou:
- Olá, Maria.
Fiquei surpreendida, mas segui, até que voltei a ouvi-lo:
- Estás boa?
Só isto não tem problema quase nenhum, aparte tratar uma pessoa que não conhece de lado nenhum por tu. Mas foi o tom de voz, o mesmo dos trolhas que babam mal educadamente à porta de um café pelas raparigas que passam, desde que tenham rabo e pernas.
Virei-me para trás e perguntei-lhe:
- Isso era para mim? Conhece-me?
E o ar encavacado dele, apanhado e confrontado, deixou-me perceber que talvez as antigas gerações tenham ainda muito a aprender com as que tanto desdenham.

Thursday, 17 October 2013

Conversas ao deitar (3)


Para contextualizar, a minha almofada é do mais baixinho que há, porque não consigo dormir com almofadas altas que me causam dores de cabeça. No entanto, a dita almofada já se queixa da idade e presenteia-me com altos e baixos. Ontem à noite, o meu marido queixou-se precisamente de ter uma almofada demasiado baixa, ao que eu respondi:
- Eu gosto muito da minha, mas está toda torta. Não gosto nada dos montes dela, mas adoro as partes baixas.

Foi o if you know what I mean mais inocente de sempre.

Wednesday, 16 October 2013

Escrita desenfreada



É assim que tenho andado ultimamente, para trás e para a frente, de caderno e caneta na mão. Às vezes escrevo, outras penso, outras corrijo, mas já nem o caminho vejo, de tão enfiada que vou nas linhas em branco tingidas de azul e histórias.
Gosto de quando a inspiração chega e não vai embora - ainda que tenha laivos de preguiça e faça uma breve pausa. Foi para isto que fui feita.

Monday, 14 October 2013

Conversas ao deitar (2)

Deitámo-nos, ele de costas para mim, aconcheguei-me agarrada a ele.
Instantes depois senti-o apalpar a almofada junto à minha cabeça para medir a distância entre uma e outra. Sem se virar para mim perguntou-me, como se nada fosse:
- Sabes aquela expressão: usa a tua almofada?

Monday, 7 October 2013

A relva do vizinho nem sempre é mais verde do que a minha

Saliento os dois piores momentos de sempre, que pioram ainda mais por terem sido vividos em férias:

14. “The brochure stated: ‘No hairdressers at the resort’. We’re trainee hairdressers and we think they knew and made us wait longer for service.” - Sempre é verdade que andam a expiar-nos a todos. E estas proibições, como se os cabeleireiros fossem cães... Que vergonha!


19. “My fiance and I requested twin-beds when we booked, but instead we were placed in a room with a king bed. We now hold you responsible and want to be re-reimbursed for the fact that I became pregnant. This would not have happened if you had put us in the room that we booked.” - Este casal sabia as suas limitações e tinha perfeita consciência de que não conseguiria resistir ao pecado da carne se confrontado diretamente com ele. Mas o pessoal do hotel, maroto, trocou-lhes as voltas. Não se admite.

Depois disto vou ponderar muito bem se quero ir de férias para o estrangeiro, onde tenho de ouvir falar estrangeiro e de lidar com gente estrangeira. Onde é que já se viu?

Uma coisa complicada

Dizer uma piada e toda a gente se rir, menos a pessoa a quem nos dirigimos, que fica à espera que nos expliquemos.
Dá vontade de manter a boquinha calada.

Queijo e vinho


Ir às compras é uma chatice, especialmente quando se escolhe, com grande pontaria, o primeiro fim de semana do mês para o fazer. Pessoas aos encontrões umas às outras, filas enormes, cansaço nas costas, falta de paciência e o sábado passa-se assim, numa seca tremenda sem fim.
Pois então há que fazer alguma coisa para o melhorar, para não ser dado como um dia inteiro perdido, jamais recuperado. Traz-se num dos sacos um queijo de vaca e ovelha, uma garrafa de vinho tinto e carne que se põe a assar enquanto nos aperitivamos. Não há nada como esta mistura e uma boa conversa (eu a tentar convencê-lo por músicas e palavras de que não houve, há ou haverá outro grupo equivalente aos Queen) para nos fazer descontrair e lembrar que a vida é cheia de coisas boas.

Wednesday, 2 October 2013

Conversas depois de jantar (3)

Ontem à noite, depois de vários meses, voltei a sentir frio ao ponto de ter de vestir um casaco quentinho. Depois de jantar, ao arrumar a cozinha, comecei a pôr o arroz acabado de fazer num tupperware e comentei:
- Isto está tão quentinho. Quem me dera ser um grão de arroz...