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In other words...

Wednesday, 31 October 2012

Conversas ao pequeno-almoço (2)

Eric Bana
Digo eu, depois de ele ter começado uma conversa sobre depiladoras do futuro:
- Gostava de ter uma depiladora que fosse só aplicar num ponto que num instante tirava todos os pêlos do corpo. Menos os cabelos.
Responde ele a rir:
- Mesmo as sobrancelhas?
Eu mostro os vários sítios onde gostava que a tal máquina funcionasse e acrescento:
- Acho que vou alourar os pêlos dos braços para o casamento.
Ele desata novamente a rir:
- Vais deixar só assim um bocadinho a alourar com cebola?

Tuesday, 30 October 2012

Serões lamechas

Rachel McAdams e Eric Bana
Uma das coisas que mais aprecio ao fim-de-semana é, num dos dias, embrulhar-me numa manta para ver um filme ou uma série e ir dormitando no sofá encostada a ele até pensar que, se continuar assim, lavar os dentes vai ser bastante complicado, pelo que o melhor é ir rapidamente arranjar-me para dormir a sério.
Nos entretantos, já se sabe, faço-lhe declarações de amor e pergunto-lhe pela  milionésima vez se me ama e se quer ficar comigo para sempre, e ele vai-me respondendo pacientemente que sim por entre beijinhos distraídos.
Contudo, no fim-de-semana passado esse direito foi-me roubado porque tive de acordar bem cedo no sábado e porque ele foi sair na sexta. Tudo se conjugou por eu adormecer sozinha com um livro.
Tentei compensar a perda voltando a deitar-me ao lado dele assim que regressei a casa e dormimos até às 14h00, mas não chegou. Por isso sinto-me imensamente feliz porque esta semana vou ter duas vezes direito a esse serão de miminhos e de lamechices.
Todas as semanas deviam ter um feriado.

Viver o Porto (3)


Todos os dias faço, pelo menos duas vezes, a travessia de uma ponte sobre o Douro. Há dias em que o faço quatro vezes e há, ainda, outros dias em que passo sobre duas pontes. Vou o caminho todo a ler, mas nessas alturas tiro, momentaneamente, os olhos das páginas recheadas e aprecio uma das paisagens mais bonitas por que já tive o privilégio de passar.
De cada vez penso, também, que um dia tenho de sair do metro na estação anterior e atravessar a ponte a pé para aproveitar e sentir a aragem fresca enquanto tiro algumas fotografias, como há sempre muita gente a fazer, quer chova quer esteja sol. Mas, até agora, ainda não passei à ação.
Gosto do Porto. Gosto muito do Porto. E embora precise de sair daqui temporariamente, de experimentar, novamente, a vida lá fora, vou ter saudades disto aqui. É que gosto mesmo muito do Porto.

Monday, 29 October 2012

Primeiros passos nisto do casamento (9) - a ementa


Ontem à noite voltámos à quinta (que já funciona quase como a nossa segunda casa, de tanto lá irmos) para vermos a decoração de um casamento que seria nos tons que eu quero para o meu e aproveitámos para fazer a degustação de seis - S E I S - pratos diferentes: três de peixe e três de carne.
Já me tinham dito e eu já tinha lido que o catering da quinta é dos melhores deste mundo e do outro, mas a verdade é que até ontem nunca tinha provado nada que me permitisse fazer qualquer juízo de valor. Só sabia que o dono é extremamente simpático e atencioso.
Um vinho verde branco bem docinho, como se quer, veio acompanhar a pescada com algas e camarões envolta em massa folhada, o arroz de tamboril com gambas e o bacalhau à lagareiro com batatas a murro recheadas com migas.
Um vinho tinto do Douro fez-nos companhia enquanto provávamos um lombo de boi com castanhas, o tão afamado bife wellington e uma posta de cabrito que até não era má mas a que só consegui roubar uma pequena garfada de tão cheia que estava.
Tenho a dizer que, de facto, os boatos são verdadeiros e a comida está a um nível elevado e digno de alguém que, como eu, gosta de comer. E a noite foi de uma utilidade extrema porque a ementa ficou escolhida e não corresponde às escolhas que tinha feito olhando apenas para o papel.
Um dia destes há-de vir a degustação dos doces, mas preciso de deixar algum tempo porque ainda estou a ressacar os salgados.
Para comemorar este facto histórico, enfiámo-nos na Rota do Chá a beber (eu) um celebration e a conversar com um dos padrinhos.
Quem diz que planear um casamento é muito stressante não sabe aproveitar as coisas boas da vida.

Thursday, 25 October 2012

Livros de outubro

Ultimamente tenho feito várias viagens em transportes públicos, especialmente de metro, e como nunca gostei de ficar parada num sítio a olhar para nada ou, pior, a captar todas as conversas e gestos de pessoas que me são estranhas, ando sempre com um livro atrás. Por essa razão, nunca li tantos livros em tão pouco tempo como agora.
Tal como habitualmente, tenho intercalado um livro a sério com um livro mais pipoca não para compensar nada mas porque já faço isso há muito tempo e, assim, não me canso do que leio.

Imagem de: http://asleiturasdocorvo.blogspot.pt/2009/10/os-filhos-da-liberdade-marc-levy.html

Em outubro comecei por ler os filhos da liberdade, de Marc Levy, que conta de uma forma maravilhosa a história de um grupo bem organizado de adolescentes, sobretudo imigrantes das mais variadas proveniências, que faz parte de uma brigada de Resistência ilegal durante a ocupação nazi em França na segunda guerra. Esta é, na verdade, a história do pai do autor e do seu irmão/tio, que viveram, de facto, os acontecimentos relatados no livro.
Por muito que o desenlace seja favorável a algumas personagens, o final de um livro assim nunca é feliz devido a tudo o que foi acontecendo ao longo da história, especialmente porque sabemos que algumas situações fizeram mesmo parte da História de algumas pessoas reais. Mas é o final agri-doce por que se espera e que nos obriga a refletir na nossa vida e a verificar que somos uns sortudos por podermos viver em tanta liberdade.
Só não gostei da estratégia que o autor usa para relatar o futuro sem lá chegar, com construções frásicas do género mal ele sabia que na semana seguinte..., ou nesse momento, ela não podia imaginar que... De qualquer modo, recomendo-o vivamente.

Imagem de: http://letrasepaginas.blogspot.pt/2009/07/noiva-italiana-nicky-pellegrino.html

Seguiu-se-lhe A noiva italiana, onde Nicky Pellegrino nos apresenta um pai italiano, uma mãe inglesa e duas filhas de mistura a viver em Londres. A filha mais nova está à frente do restaurante que fora do pai e está prestes a casar, enquanto que a filha mais velha é designer de vestidos de noiva por conta de outrem e ficou de fazer o vestido da irmã. É nesses serões de costura que se vai sentar com a mãe a ouvi-la explicar por que razão a sua família e uma outra família com as mesmas origens e que também tem um negócio relacionado com a alimentação se odeiam tanto. E essas revelações vão ter repercussões no presente e no futuro de cada um dos membros das duas famílias. 
O romance tinha bastante potencial, mas desenvolve apenas a história do passado, deixando a do presente um bocado à deriva. Isto é, apresenta um início e uma conclusão para a história que a mãe conta, mas conclui os factos atuais por que nos faz ansiar ao longo das várias páginas com um epílogo atabalhoado e feito à pressa. Senti-me defraudada. De qualquer forma é uma boa companhia para as horas de trânsito.

Imagem de: http://www.bartsbookshelf.co.uk/2010/10/12/yad2-who-wants-to-live-forever-a-guest-post-by-gemma-malley/

Ontem comecei a ler O pacto - o crime de ter nascido, de Gemma Malley, o primeiro de uma trilogia sobre um futuro onde a  imortalidade é possível e a descendência é um crime com séries consequências. Darei a minha opinião quando o acabar.

Tuesday, 23 October 2012

Estabelecer prioridades


Cada pessoa tem direito a estabelecer as suas prioridades e ninguém tem nada com isso: não olho de lado quem passa fome durante um mês para poder comprar as novas calças de rabos grandes da Salsa nem julgo quem não vá nunca jantar fora para poder pagar a casa nova. No entanto, choca-me aperceber-me de que há quem ponha as suas prioridades à frente das dos seus filhos e vá todos os dias para o trabalho num carro decente e recente, enquanto o marido faz exatamente o mesmo, deixando que os filhos não possam continuar a tomar a medicação indicada por falta de dinheiro.
Repito que da sua vida cada um sabe, mas há injustiças que me deixam de boca aberta. E é por coisas destas que nem todos fomos feitos para ter filhos.

Monday, 22 October 2012

Assim é bom acordar


A extremamente tímida presença do sol oferece um amanhecer escuro e sorumbático, enquanto que o frio lá de fora atravessa as janelas e as paredes para se agarrar à nossa volta num abraço desconfortável. O sono prolongou-se da cama para fora. Ponho o pequeno-almoço na mesa, ele liga o rádio e o jazz que sai das colunas muito baixinho, apenas o suficiente para se misturar com a chuva e oferecer uma suave música de fundo, torna tudo mais fácil.

Viver o Porto (2)


Continuando na onda de ensinar o Porto ao Sven, fomos ver o pôr do sol de ontem ao bar do hotel Yeatman, em Gaia, enquanto saboreávamos um Viennese Coffee e víamos as luzes da ponte D. Luís, da Serra do Pilar e das casas na Ribeira a acenderem-se. Dos melhores prazeres da vida.

Friday, 19 October 2012

Aquecer e adoçar a alma


Bom, bom é chegar a casa e refugiar-me do frio com uma caneca de leite com chocolate bem quente e uma manta a envolver-me enquanto me atualizo no sofá. E a melhor parte é que amanhã é fim-de-semana.

Thursday, 18 October 2012

Primeiros passos nisto do casamento (8) - decoração


Para animar a rotina de uma semana de trabalho (e porque há coisas que têm de ser feitas senão o casamento vai mesmo sem festa), passámos duas horinhas entre o final da tarde e a hora de jantar na quinta onde iremos dizer que sim, chorar, dar muitos beijinhos, beber e dançar muito, a ver, uma vez mais, opções de decoração.
Uma vez que quero usar duas cores (uma neutra e outra forte) para decorar a sala, o problema principal reside nos fantasmas, vulgo capas das cadeiras, que não podem ser em preto, em castanho nem em vermelho, as únicas cores existentes na quinta. Mexe cadeira daqui, desaperta laço de organza, arrasta mesa, pousa copo alto com vela, enfia vela na taça baixa, experimenta com e sem espelho por baixo, imagina flores que não estão presentes, acende luzes, apaga luzes, tira fotografia, anota ideias e a coisa está feita porque a fome já aperta e a paciência começa a esgotar-se.
Sou uma pessoa muito imaginativa na escrita, mas em termos de trabalhos manuais sou um zero à esquerda e as minhas últimas experiências levam-me sempre a imaginar o cenário mais piroso e a dizer logo um não redondo enquanto não vir nada em concreto.
Ficou agendada mais uma visita no final do mês durante um casamento para ver as várias hipóteses de decoração e tentar decidir alguma coisa: pétalas? flores inteiras? ramo? velas grande? velas pequenas? velas grandes e pequenas?
Até lá vou passar numa exponoivos em Gondomar e tentar tirar ideias para dar mais sugestões à senhora que daqui a nada não me atura com tantas questões.
Apenas uma ideia ficou assente: nada de fogo de artifício. Que me perdoem as fãs, mas abomino aquilo, especialmente porque morro de medo de ser alvejada por um foguete em fuga.


Wednesday, 17 October 2012

Blogger

As minhas estatísticas voltaram todas ao zero precisamente à meia-noite de hoje. Alguém me sabe dizer porquê? Estava um número tão bonito e tudo...

Sunday, 14 October 2012

Viver o Porto


Gosto de, de vez em quando, armar-me em guia turística e ser turista na minha cidade.
Os pais do meu namorado têm, pelo segundo ano consecutivo, um rapaz de intercâmbio (também conhecido por Sven*) que veio da Alemanha e por cá ficará durante um ano inteiro, sem nunca voltar a casa, por isso ofereci-me, como já tinha feito com o seu predecessor, para o levar a alguns pontos turísticos.
Na semana passada fizemos a marginal a pé, desde Massarelos até Nevogilde e dei-lhe a provar os croissants da Mixpão, em Matosinhos. Neste fim-de-semana andámos desde Santa Catarina até à Praça de Lisboa, passando por São Bento e pela Torre dos Clérigos que tinha subido há tanto tempo atrás que nem me lembrava. Foi, de facto, uma boa ideia que o rapaz teve porque, apesar de hoje estar com as pernas um pouco em frangalhos, a vista lá de cima é fantástica!
Para terminar em beleza, sentámo-nos na esplanada da Ribeiro, na praça Guilherme Gomes Fernandes, a comer um daqueles lanches mistos fantásticos que eles servem quentinhos, uma clarinha melhor do que as de Fão e um dos melhores biscoitos do mundo. 
E é tão bom sair por uns momentos da rotina e ver como deve ser a beleza da cidade onde vivo.

*Sven: rapaz estrangeiro que vem substituir os filhos de um casal depois de estes saírem de casa

Eu também recebo prendas...

... e não é por ter muitos ou poucos seguidores.

1- pincel para espalhar a base; 2- esponja em forma de ovo para uniformizar a base; 3- casaco de malha castanho; 4- cereais EXTRA; 5- uma caixa cheia de figos caseiros

Quem tem uma família como a minha e amigos como os meus, tem tudo.

Friday, 12 October 2012

Conversas nossas

Eric Bana e Rachel McAdams

No fim-de-semana fomos ao centro comercial para tentar encontrar uns sapatos para o meu namorado (coisa que andávamos a adiar há algum tempo). Depois de entrarmos em três lojas, diz ele:
- Vamos comer qualquer coisa.
Mas eu respondo:
- Só depois de entrarmos em todas as sapatarias. Senão, nunca mais saímos daqui.
E ele sai-se com:
- Nunca ouviste dizer que não se deve ir às compras com fome?

Wednesday, 10 October 2012

Conversas ao pequeno-almoço


Eu, cheia de sono: - Não gosto de trabalhar de manhã. 

Passado um tempo, durante o qual refleti na quantidade de sono que tenho, eu outra vez: - Quer dizer, preferia trabalhar de manhã e não ter nada para fazer de tarde.

Ele, cheio de razão: - Mas tu dizes que não gostas de trabalhar de manhã...

Eu: - Pois, é que eu não gosto de trabalhar de manhã nem de tarde.

Tuesday, 9 October 2012

"Oh noiva..."

Eric Bana e Rachel McAdams

Sou uma romântica a todos os níveis, por isso tudo o que tenha a ver com casamentos desperta logo o meu interesse, mesmo quando não tem a ver comigo. Devoro programas, fotografias, blogs e por aí fora, que relatem o culminar de uma história de amor no casamento. Como não podia deixar de ser, sonho, desde pequena, em vestir-me de branco (vá, marfim ou pérola), pôr flores no cabelo, empunhar um bouquet e seguir em direção ao altar (ou mesa do registo civil) onde o meu futuro marido me esperará.
Posto isto, as palavras noivo, noiva e noivos dão-me arrepios de tão pirosas que as considero. Provavelmente porque todas as noivas gostam de se tratar umas às outras por noivinhas, e de certeza porque em cada quinta em que entrámos os donos nos trataram por noivo, noiva ou noivos.
Gosto de estar e de vir a ser noiva, mas a minha identidade não se alterou por causa disso. Quando casar não passarei a ser a esposa ou a mulher: continuarei a ter o nome que me foi atribuído ainda antes de nascer.

Momentos estragados


Ontem saí da estação de metro e, à minha frente, vi um nevoeiro intenso que me fez lembrar que, apesar de estar de t-shirt, já estamos no outono. Misturava-se com o fumo do carro das castanhas à volta do qual passava um mar de gente naquela tarde bonita e dei por mim a pensar em como sou feliz: tenho um emprego, vou casar, tenho amigos e uma família fantásticos.
De repente desci à terra quando vi um desses amigos e parei para conversar com ele.
Em casa contei este episódio ao meu namorado:
-[...] e então encontrei o B., que ia também para o metro.
Responde-me ele, a brincar, porque os dois são amigos:
- Foi aí que percebeste como a tua felicidade é frágil?

E é assim que uma pessoa estraga um momento bonito.

Thursday, 4 October 2012

Contradições


Embora muito preguiçosa, fui, sem dúvida, feita para trabalhar e para ser útil. Gosto mil vezes mais dos dias em que saio de casa de manhã cedo, me despeço dele na estação de metro em que vai cada um para seu sentido, e volto a casa ao final da tarde, depois de ter dado o meu contributo à sociedade do que daqueles em que não me dedico a fazer absolutamente nada.
Se gosto dos dias passados os dois juntos e mais ninguém, a namorar e a conversar? Adoro. Mas sentir-me-ia inútil e, de certo modo, vazia, se fizesse disso o meu dia a dia.
Estranhamente completa-me poder sentir saudades dele porque estamos a trabalhar.

Tuesday, 2 October 2012

Palavras dele

Eric Bana e Rachel McAdams

- Estás mais bonita a cada de que passa - diz-me ele, deitado na cama.
Eu vou à casa de banho, lavo os dentes, visto o pijama e deito-me ao lado dele. Pego no livro que começo a ler e ouço:
- Já pensaste que podes ter um problema?
Eu penso que ele me descobriu um caroço ou uma mancha na pele que está a crescer e olho para ele aterrorizada. Ele explica:
- É que estás cada vez mais bonita.