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Thursday 7 February 2013

As primazias da vida adulta

Já ouvi inúmeras vezes dizer que a melhor fase da vida de uma pessoa é a passada na faculdade e acredito que para algumas pessoas até seja assim. No entanto, de acordo com a minha experiência, só se diverte mesmo muito quem ou não se preocupa com ir às aulas, faz noitadas de farra e só se lembra de acabar o curso quando já toda a gente que entrou no mesmo ano está a trabalhar ou, e não é uma hipótese nada má, quem tem uma facilidade imensa de compreensão e memorização que praticamente não precisa de sessões de estudo.
Com isto não digo que não tenha tido uma boa vida universitária, que tive, mas não dentro da faculdade propriamente dita, não com as pessoas que por lá andavam. Aliás, tudo o que foi bom nessa etapa da minha vida deveu-se e deve-se ao meu ano de Erasmus.
Compreendo que trabalhar seja mais cansativo, já que não se pode decidir faltar porque está um dia muito frio e só se está bem debaixo de mantas, ou porque está tanto calor que mais vale aproveitar umas horas na praia. Sei que procurar trabalho é das coisas mais angustiantes, frustrantes e desgastantes que uma pessoa tem de fazer. Mas também sei que nada compensa a liberdade de chegar a casa ao fim do dia e deixar o trabalho para trás de modo a fazerem-se coisas mais relaxantes; nada compensa acordar cedo, sim, mas chegar ao fim do mês com uma conta mais recheada, em vez de andar a esvaziá-la para podermos estudar; nada compensa os fins de semana livres para passeios, viagens ou horas dedicadas a não fazer nada porque não há exames, não há notas, não há trabalhos para fazer.
E quem diz isto é uma pessoa que trabalha em dois sítios diferentes, sem contar com o trabalho freelance que faz em casa. Mas nada compensa parar de dedicar a vida exclusivamente a preparar um futuro para passar, também, a vivê-lo, que é precisamente o que estou a fazer desde que saí da faculdade.

1 comment:

Mary said...

Eu também não acho que o tempo de Universidade seja de boa vida. Foram tantos os fins-de-semana fechada em casa a trabalhar para a faculdade... Aliás, não trago grandes recordações desse tempo (a não ser o facto de ter começado a namorar)! Não é que agora a minha vida esteja fantástica! Mas, pelo menos, tenho tido direito a uns fins-de-semana em família, sem estar sempre a pensar nos trabalhos que ainda estavam por acabar!