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In other words...

Wednesday 4 January 2012

Amigos, amigos...


Às vezes, por amizade verdadeira, temos de ouvir coisas que magoam e calar, porque sabemos que se respondermos vamos ofender o outro que falou de cabeça quente. Servimos de saco de pancada, de despeja-emoções, e temos de decidir quando abrir a boca e quando guardar as palavras para nós. É preciso sabermos quando devemos ser sinceros e quando é suposto concordarmos em tudo, anuir e dizer tens toda a razão, mesmo quando não é o que achamos.
É muito mais fácil ser amigo quando as pessoas à nossa volta estão bem, quando é para a galhofa e para dar gargalhadas, quando não há preocupações e não é preciso falar de coisas sérias.
Mas quando a vida vira de pernas para o ar, a nossa amizade é posta à prova. E eu não sei lidar com isso. Não gosto de mentir, de concordar quando discordo, de fingir que aceito todas as atitudes quando acho que são erradas. Mas menos ainda gosto de dar a minha opinião sincera, dar conselhos genuínos que acho que contribuem para a felicidade dos meus amigos e ouvir respostas tortas do outro lado, sentir que me falam com duas pedras na mão, mesmo quando pedi para não me meterem no meio das confusões.
Ser amigo de alguém implica estar sempre lá, de braços abertos e ouvidos prontos a acolher tudo o que nos quiserem dizer, mas exige, nalgumas situações, que se seja o máximo da tolerância e da compreensão, porque sabemos que, numa situação normal, aquelas mesmas palavras nunca seriam dirigidas a nós.
Mas às vezes... ser amigo dói.

11 comments:

Marta Pinto de Miranda said...

concordo completamente. e até q ponto o outro nunca se anula e nós anulamo-nos só pq n queremos tb ofender, causar mau ambiente, etc.? enfim é uma luta. Há amizades que custam!

Aproveito para te incentivar a participar no passatempo "uma noite com pequeno almoço para duas pessoas" no charmoso e luxuoso hotel Altis Avenida! Está a decorrer no meu blog para dar as boas entradas em 2012, participa :)

um beijinho!
marta

marcasporamor.com

S* said...

Não sou muito de acreditar nas pessoas, porque já me magoei às custas disso... mas na amizade, estou cá para o que der e vier.

Ponto pequeno said...

Pois, tem mesmo de ser.

Catarina said...

Recuso-me a concordar e a calar. Amigo que é amigo também tem que saber ouvir as verdades. Podem não querer seguir os nossos conselhos, mas têm que os saber ouvir. É ou não é? :)

Ponto pequeno said...

Claro, Catarina. Mas há situações em que eu sei que se responder, provavelmente nunca mais nos falamos. O melhor é mesmo deixar a conversa arrefecer e falar disso quando os ânimos estiverem mais calmos.

Anonymous said...

Desculpa querida Pics, mas acho que isso depende de vários aspetos:
- Se se trata de uma discussão ou de uma divergência de opiniões
- Da forma, mais do que do conteúdo, daquilo que é dito
- Se o que "leva" na cabeça também é o que é chamado nos momentos 5*
- Se o que "leva", por vezes também dá
- Se não estão presentes outros menos íntimos, perante quem se irão desvendar algumas privacidades ( já tenho concordado na presença de "estranhos", mas a seguir explicar ao amigo que o que disse era só por uma questão de respeito e amizade)
-...
Quando a lealdade da amizade não é ferida, é impossível concordarmos sempre com os amigos, tal como nem sempre os casais ou pais/filhos concordam; temos até o dever de dar a opinião, porque se gostamos, o que dizemos não é para proveito próprio.

Bjs e desculpa ter escrito tanto. *~*
MaryEmme

Ponto pequeno said...

Claro, vocês têm todas razão. Por isso é que eu disse "às vezes" e "nalgumas circunstâncias". Não me calo sempre nem com toda a gente, mas quando os ânimos estão exaltados e sabemos de antemão que o que dissermos em nossa defesa vai piorar as situações,o melhor, muitas vezes, é esperar que a tempestade passe e, mais tarde, mencionar o assunto.
Pelo menos é o que me acontece algumas vezes.

Catarina said...

Comigo é assim: se não conseguirem ouvir e decidirem que nunca mais falam comigo, é porque não era realmente meu/minha amigo/a. Já aprendi a filtrar amizades. :)

Anonymous said...

Pois eu considero-me um pouco como tu, normalmente não tenho feitio para me calar, mesmo quando sei que a minha opinião poderá ser entendida como demasiado dura ou fria.
A verdade é que para entrar em conivências connosco não precisamos de um grande amigo, qualquer colega serve, aos amigos, a meu ver, cabe a tarefa de discordar, de dar o chapadão de realidade, de ouvir o outro reclamar que somos frios ou insensíveis e de aguentar enquanto se revoltam e ficam amuados com a nossa opinião.
Mas quando tudo passa e a poeira assenta, sabemos que agimos da melhor forma, porque fomos frontais, sinceros connosco e com o outro. Quando se é um bom amigo, há espaço para os bons e os maus momentos sem questionar o verdadeiro valor da amizade que se tem pelo outro só porque não se está sempre de acordo.

Mas tens razão, nem sempre é fácil (:

Miss Murder said...

Ser amigo dói e custa muito ás vezes.

Ponto pequeno said...

Catarina, às vezes não é tão linear assim.

Amelie e Miss Murder, só vocês é que me compreendem! ;)