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In other words...
Thursday, 30 May 2013
"Boa viagem. Pode ser que não voltem só os dois"
Foi uma ideia gira e promissora e não ponho de lado a ideia de trazer a R. de Paris, mas ainda não!
Wednesday, 29 May 2013
Paris is a moveable feast
Daqui a cinco minutos vou começar a saga de fazer as malas para o estágio-de-lua-de-mel.
Na sexta feira regressaremos durante um fim de semana à cidade que nos uniu, com planos novos e antigos,
para matarmos todas as saudades que se acumularam com o passar de quatro anos.
Voltarei à minha cidade com um anel de noivado e uma aliança no dedo e a nossa cidade, que nos viu passarmos de estranhos a amigos e, mais tarde, a namorados, reconhecer-nos-á enquanto marido e mulher.
Bizarrices no percurso casa-trabalho-casa
Certamente haverá algo em mim que atrai todo o género de pessoas e de situações, pelo que não há uma só semana em que saia de casa e chegue a casa ao final do dia sem que qualquer coisa de estranho tenha acontecido, como um acidente, uma conversa bizarra ou uma abordagem interessante.
Antes de mais é preciso ter em conta que eu sou uma versão humana da Bela, porque estou sempre a ler, mesmo enquanto subo as escadas rolantes e, normalmente, paro no passeio durante o tempo que for necessário até acabar de ler o parágrafo em que estou, para não me perder quando voltar a abrir o livro.
Acontece que mesmo assim não há nada que impeça uma variedade incrível de pessoas de me pedir informações relativas ao funcionamento intermodal. Ainda ontem uma senhora chamou-me porque queria saber como carregar o andante com uma viagem. Expliquei-lhe. No final queixou-se de que as moedas não entravam, o que faço? E ficou mesmo à espera que eu, uma mera utilizadora da rede de metro, fizesse magia e corrigisse o que estava mal. Sugeri-lhe que chamasse alguém e fui embora.
Mas não foi a primeira nem segunda nem sequer décima vez que tal me aconteceu.
Uma vez tive o prazer de ser o alvo dos resmungos de um senhor porque tinha comprado duas viagens para pessoas diferentes no mesmo andante e aquilo só dava um bilhete. Expliquei-lhe que cada pessoa tinha de ter um bilhete e ele passou-se, dizendo que não fazia sentido nenhum e que devia estar indicado em qualquer lado.
Outra vez uma senhora perguntou-me em que estação deveria sair. Expliquei-lhe duas ou três vezes como chegar ao destino dela e voltei para o meu livro. Entrei no metro e ela sentou-se ao meu lado a repetir a lenga-lenga do percurso. Entrou uma senhora para o banco do lado e a primeira perguntou-lhe onde ia sair para poder saber como fazer. Achei que o meu tempo gasto a explicar-lhe algo tão complicado tinha sido mesmo muito bem empregue.
Há umas semanas estava a sair do trabalho, apressada para apanhar o metro, e uma senhora perguntou-me onde podia apanhar a carrinha que ia para uma-terra-de-cujo-nome-nunca-tinha-ouvido-falar. Disse-lhe que não fazia a mínima ideia e fiz menção de continuar a andar. Ela voltou à carga com um não será aquela ali em cima? Respondi-lhe que era possível, mas que não fazia ideia e pus-me a andar.
Talvez o meu problema seja ter um ar simpático, que faz com que toda a gente chatinha ache que sou a melhor opção para uns dedos de conversa no mundo monótono do trabalho.
Tuesday, 28 May 2013
Uma lição de vida
Nunca comam um prato de sopa cheio de ananás até à borda.
Enquanto dura sabe muito bem, mas depois deixa os dentes a doer e a língua cheia de aftas.
Palavra da semana:
Marido
Vou tentar repeti-la todos os dias para ver se me habituo e se deixo o namorado.
Saturday, 25 May 2013
Friday, 24 May 2013
Wednesday, 22 May 2013
Uma família como outra qualquer
Há coisas na vida que não mudam, por muito que tudo à volte troque de lugar ou evolua em qualquer sentido. E é muito bom no meio da mudança ter uma constante, um porto de abrigo, que sabemos estar sempre lá para quando precisamos de recuperar energia.
No meio do caos, da confusão, de aviões atrasados, da emigração e do relógio que não para nunca, juntamo-nos em família durante duas ou três horas e recolhemos as forças necessárias para continuar a andar e ter a certeza de que, vamos para onde formos, os amigos que escolhemos não vão a lado nenhum.
Tuesday, 21 May 2013
Resistir à tentação
Agora na reta final, quando praticamente só como maçãs, este mundo foi inundado pelo World Baking Day e respetivas fotografias e descrições de fazer crescer água na boca. Entretanto andei a decidir visualmente as sobremesas para o casamento e fiquei cheia de vontade de dar meia dúzia de trincas em cada uma delas.
O que me vale é que o frigorífico só está recheado de alfaces, tomates, maçãs, água das pedras e sumo de multifrutos, senão tornava-se complicado contrariar todos estes impulsos gastronómicos.
Sunday, 19 May 2013
Primeiros passos nisto do casamento 23 - as despedidas de solteiros
Os nossos padrinhos esmeraram-se e cada um de nós teve ontem uma despedida de solteiro à nossa medida (e não, a minha não foi pequenininha). A minha começou na Tavi, passou por uma aula de danças latinas e africanas, continuou no Wine Quay Bar, teve jogos e perguntas, incluiu revelações e novas amizades com polícias durante operações stop, prolongou-se até bem tarde no Sakura e durou em casa até os homens chegarem.
Nada a mais e só uma F. a menos do que aquilo que eu queria, porque, por alguma razão, nunca consegue fazer uma travessia EUA-Portugal sem qualquer espécie de peripécia, e desta vez está a exceder-se.
Friday, 17 May 2013
Aquecimento global
Hoje foi o temporal que me acordou. Duas vezes.
Parecia mesmo que tínhamos voltado ao inverno, e lembrei-me do episódio de Simpsons que vi ontem, quando começou a nevar e o Homer disse ironicamente à Lisa vou lá para fora aproveitar um bocadinho do teu aquecimento global, e ela ficou furiosa porque ele não compreendia que o aquecimento global não provoca só aquecimento, mas que conduz aos dois extremos.
Não me lembro de uma primavera tão confusa como esta e no ano passado por esta altura andava já há algumas semanas a morrer de calor. Gostava de um bocadinho disso, por favor!
Thursday, 16 May 2013
Amizades
Será que devia ter medo quando a minha melhor amiga me vai dizendo ao telefone que precisa de encontrar-se com o meu namorado e para o avisar de que tem de ir ao e-mail com urgência? Ainda para mais o meu namorado e o dela partilham o mesmo nome...
Mas ao pensar nisto lembro-me da conversa que tivemos ontem à noite no carro. Disse que tenho muito poucas amigas raparigas e que a maioria dos meus amigos são amigos dele também. Praticamente só temos amigos em comum: os que eu tinha de trás passaram a ser amigos dele e vice-versa.
Mas não o lamentei. A verdade é que acho bastante difícil relacionar-me com outras mulheres e há conversas que prefiro ter com homens. Têm a vantagem de serem menos intriguistas, de não andarem aos segredinhos por trás nem sofrerem do mal da inveja; embora tenham a desvantagem de serem mais desligados, de não saberem prestar atenção aos pormenores nem a mais do que uma coisa ao mesmo tempo e de não compreenderem certos dilemas, frustrações e pensamentos.
Para além disso, termos amigos em comum é muito mais confortável e facilita a vida a toda a gente. Sei que ter amigas de quem ele não gosta, ou não gostar de algumas pessoas com quem ele se dá é a receita para uma má relação para todos. É chato não podermos estar com as pessoas de quem gostamos porque o nosso namorado não pode com elas, e é desagradável termos de ser arrastados para sítios onde vamos encontrar os amigos dele de quem não gostamos.
Felizmente, no nosso caso isso não acontece, o que propicia muitos mais jantares e demais convívios em conjunto que resultam sempre em momentos agradáveis que queremos repetir.
Não, eu sei que não. É tudo para a despedida de solteira.
Wednesday, 15 May 2013
Acordar bem
Há um conforto diferente em acordar com o aroma de pão acabadinho de fazer a entrar dentro do quarto, logo de manhãzinha. Acordei antes do despertador e fiquei na ronha, a aproveitar aquele momento meu de semi-sonolência antes de um dia cheio, com um cheirinho doce só por companhia.
Tuesday, 14 May 2013
Primeiros passos nisto do casamento 22 - as mesas
É sabido, porque toda a gente faz questão de bufar, de esbracejar e de resmungar quando chega a esta fase, que distribuir os convidados pelas mesas é uma dor de cabeça infinita, que há sempre o problema dos divorciados, dos ex-namorados que não se sabe bem se ainda são ex ou já não, dos melhores amigos que fugiram com a mulher do melhor amigo, e isso resulta num puzzle que dificilmente fica bem concluído.
Para não variar, nós tratámos da planificação das mesas em quinze minutos. Peguei num papel e numa caneta, fiz contas ao número de pessoas que cada mesa leva e fui escrevendo. No final havia quatro ou cinco pessoas que não sabia muito bem onde pôr. Dessas quatro ou cinco, três declinaram o convite e num instante encaixei as outras duas. Ficámos com o plano feito há dois meses.
Mas entretanto chegou a parte de fazer o cartaz com o mapa das mesas e os marcadores de mesas e esse, sim, é um problema, porque não tenho nem nunca tive jeito para trabalhos manuais, especialmente quando implicam usar uma tesoura, mesmo que seja só para seguir uma linha reta. Em compensação, sou agora uma profissional autodidacta em paint. Por conseguinte, trabalhamos em equipa: eu tratei das imagens, dos nomes, das cores e ultimei os documentos para impressão. Ele imprime-os e corta-os.
Estamos a ficar com a casa cheia de molduras e de números, mas ao menos está a ficar exatamente como queríamos.
Ainda me dedico profissionalmente a isto.
Friday, 10 May 2013
Estamos em maio, não em novembro
Ver as previsões meteorológicas a dez dias deixa-me doente e agoniada. Há um mês era só sol e temperaturas acima dos 18º, mas ultimamente só prometem chuva, máxima de 15º e, num dia bom, um bocadinho ínfimo de sol tapado por carradas de nuvens.
Não se faz...
Wednesday, 8 May 2013
5 anos
Cinco anos depois ainda me surpreendo com a facilidade com que encontrei alguém tão compatível comigo como ele, alguém que se ri dos meus disparates, que me faz sentir livre, interessante, bonita e importante. Alguém que me mantém interessada, fascinada e orgulhosa a cada palavra, cada gesto, cada dia que passa.
Passaram cinco anos desde que não escondemos a nossa paixão e que assumimos que o que sentíamos era mesmo real, apesar de parecer um sonho.
Continuo a acreditar que tive a pressa de nascer um mês mais cedo para entrar um ano antes para a escola e, assim, fazer Erasmus exatamente no mesmo ano que ele. Exatamente no mesmo país, na mesma cidade, e ficar alojada no andar por baixo do dele.
Não sei se foi o destino, numa manobra qualquer, que inicialmente nos juntou. Mas somos nós que nos temos mantido unidos, desde há cinco anos, sem remorsos, sem olhares para trás e sem anseios por um caminho que talvez pudesse ser.
Passaram-se apenas cinco anos desde o primeiro momento de nós e mal consigo acreditar que não temos estado juntos a vida toda.
Tuesday, 7 May 2013
Primeiros passos nisto do casamento 21 - as fotografias
Temos tido imensa sorte nos preparativos para o casamento não só na medida em que a primeira sugestão que nos aparece à frente tem sido a escolhida, como as nossas escolhas têm sido perfeitas para nós. Desde o catering à decoração, passando pelo DJ e os criadores das vestimentas, todos os nossos colaboradores são compatíveis connosco, com cada ideia, com cada sugestão, e sentimo-nos agradados e confortáveis durante e no final de cada reunião. E isto prometia ser uma vitória complicada, tendo em conta que a nossa premissa era um casamento o mais low-cost possível.
No final das contas, a escolha dos fotógrafos foi a tarefa mais complicada e aquela que foi atrasando mais. Logo no início, mal começámos a anunciar o noivado, falei com o meu amigo fotógrafo amador-profissional e comuniquei que queria os serviços dele durante todo o dia, mas que seriam complementados com os de uma equipa profissional-profissional, para ele não sentir demasiada pressão nos ombros e no flash.
Mas os preparativos deram uma reviravolta e ele vai ficar mesmo com toda a pressão nos ombros e no flash, porque está inteiramente encarregue (com algumas ajudinhas também amadoras-quase-profissionais) de registar em câmara todos os momentos do dia que se aproxima a galope.
Porque é que é bom confiar num amigo para uma coisa destas? Primeiro não é um amigo qualquer, não vamos às cegas e já desde há muito tempo que gosto do resultado dos trabalhos dele. Para além disso, é exatamente aquilo de que falava ali acima: a compatibilidade de gostos, de preferências e de escolhas. Não queremos desaparecer durante uma hora para sermos fotografados só os dois num descampado a fazer olhinhos forçados um ao outro enquanto todos os convidados se divertem e comem e bebem. Não queremos andar a fazer poses nem a parar a cada meio minuto porque a luz é perfeita, ou porque o reflexo do vidro é o ideal. Queremos momentos captados num dia especial e não uma sessão fotográfica com um casamento como tema.
No domingo ele ofereceu-nos um teste e estivemos cerca de uma hora relaxada e divertida, os três, em Serralves a tirar fotografias. Diz ele "é bom vocês conhecerem-me e eu a vocês, porque se eu agora disser levanta o braço. Assim não, mais acima, e não te apetecer, podes mandar-me dar uma volta".
E sim, mais uma vez, fiquei maravilhada com a técnica e o bom gosto dele e ansiosa pelas fotografias que nos vai mostrar depois de um dia atrás de nós com duas ou três ou cinco máquinas.
Não tenho comissão, mas passo o contacto a quem quiser.
Sunday, 5 May 2013
Dra. Tinkerbell
Voei de carro para tentar vencer o trânsito e corri de saltos fingindo ignorar as bolhas que se me formavam nos pés para conseguir chegar a tempo de vê-la cartolar num momento bonito de pai e filha. Dei-lhe três bengaladas para desejar sorte, tirei uma meia dúzia de fotografias para ficarem de recordação e demos mais muitos beijos e muitos abraços, daqueles que sabem a casa.
Os irmãos são, sem dúvida, das melhores prendas que um pai pode dar a um filho.
Felicidades!
Friday, 3 May 2013
Bada
Ainda agora a minha irmãzinha era uma criaturinha pequenina, faladora e cheia de confiança, que contava histórias enganadoras a quem quisesse acreditar nela (e aos outros também), que ia comigo para o colégio todas as manhãs e chegava ligeiramente tarde (isto quando não tropeçava à porta e esmurrava a cara toda), que torcia os pés a torto e a direito, que tinha uma melhor amiga diferente cada semana, que ouvia as minhas histórias quando estávamos ambas a tentar adormecer, ou que saltava para a minha cama quando ambas não conseguíamos dormir para fazermos todas as parvoíces jamais reveladas.
Ainda agora aquela piolhinha era quase uma fotocópia de mim, da mesma altura, com as mesmas feições, com o cabelo do mesmo comprimento que o meu e com os mesmos interesses e gostos, que ia e vinha comigo das aulas de ballet, que passeava comigo pela Foz ou com quem eu partilhava um gelado nos primeiros dias de sol. Ainda agora perguntavam se éramos gémeas e fingíamos que sim e que, para mais, éramos estrangeiras e não falávamos, mas compreendíamos, português.
Ainda agora dormíamos no mesmo quarto para todo o lado para que fôssemos, trocávamos peças de roupa e sapatos, andávamos as duas de aparelho nos dentes e sonhávamos conhecer dois irmãos espanhóis com quem nos casaríamos, para passarmos sempre o Natal juntas.
Mas entretanto a minha irmãzinha mais nova cresceu e ficou mais alta do que eu, foi para um curso completamente diferente do meu e passou a escolher um estilo de roupas afastado do meu. Os espanhóis lá ficaram para trás, nos planos passados da nossa adolescência, quando achávamos que os quinze anos é que eram.
Entretanto continuamos uma ao lado da outra, mas já não partilhamos o mesmo quarto, embora de vez em quando ainda partilhemos a mesma casa, quando ela decide acampar no meu colchão que já devia ter sido nomeado por ela e eu acordo de manhã e esboço um sorriso rasgado por vê-la aqui, outra vez.
Entretanto, tal como prometido desde sempre, ela vai ser minha madrinha de casamento, mas antes disso já entregou a tese e está neste momento num vestido dourado até aos pés no baile de finalistas, porque a minha irmãzinha, aquela que eu em tempos conheci através da barriga da minha mãe, vai concluir o curso com que sonhou a vida toda (pelo menos desde que pôs de parte a panca da sociedade protetora dos animais).
Não posso dizer que sou a pessoa mais orgulhosa no mundo, porque essa classificação é sempre hiperbólica e subjetiva, mas sei que o que sinto é um orgulho imenso e espero, do fundo do coração, que ela continue daqui para a frente a falar da medicina com o entusiasmo com que tem falado dela até agora.
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