Ontem voltei a ter um triste encontro com a realidade das temperaturas baixas: quando o tempo está frio não consigo correr sem que a minha garganta se feche como se tivesse um pedregulho lá dentro. E eu, que até estava a fazer um bom ritmo, tive de resignar-me a algo semelhante a uma marcha e a aceitar que, até as temperaturas voltarem a aumentar, as corridas passarão a ser feitas na passadeira, indoors.
Mas quando parei para recuperar algum do oxigénio, sentei-me num montinho de relva mesmo em frente ao rio, com o sol a dar-me na cara, a fazer uma introspeção e a tomar decisões de vida. Bem, de resto, ultimamente é quase só a isso que me dedico.
Ocorreu-me, então, um pensamento que me sufocou um pouco mais do que a falta de ar durante a corrida... Há gente de quem nos despedimos numa de um dia destes combinamos qualquer coisa e que somos capazes de nunca mais encontrar, mas isso não nos inquieta. De vez em quando somos capazes de nos lembrarmos dessas pessoas, mas temos a segurança de que um dia, se quisermos, podemos pegar no telefone e combinar um café. No entanto, há gente de quem nos despedimos conscientemente para sempre, da vida de quem saímos e a quem pedimos para sair da nossa por sabermos que é o melhor a fazer, e, ainda assim, passamos dias de clausura a chorar de saudades, a sentir o coração apertado e os pulmões incapazes de trabalhar.
Que sentido é que isto faz?
1 comment:
Há gente que passa por nós e nos marca para sempre e pensar que as podemos perder tem esse efeito. Não sei se alguma vez esse sentimento acaba mas até hoje ao que sei acho que não.
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