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In other words...

Thursday, 30 October 2014

Conquistas

Custou, mas finalmente consegui!

Bater o pé

Às vezes saber-me-ia bem chegar à hora de jantar e dar o dia de trabalho por terminado. Hoje, quarta-feira à noite, tenho a sensação de que a semana acabou de começar quando, na verdade, está mais perto de acabar.
Tenho sono.
Vou fazer birra.

Não vou nada: vou trabalhar.

Sunday, 26 October 2014

Paraíso



Paraíso é num sábado de fim de outubro querer almoçar à beira-mar ou rio, ter muito por onde escolher e optar por uma esplanada numa das praias de Gaia. No final de almoço, descer até ao areal e caminhar com os pés enfiados no mar, mais quente do que em muitos dias de verão, e resmungar por não ter levado biquíni nem toalha.
Paraíso é estarmos no outono e ser novamente verão.
Paraíso é ser outono e, mesmo se estiver tempo de outono, haver sítios assim para passear.
Paraíso é viver no Porto.

Monday, 20 October 2014

Nostalgia



Todos os dias de manhã fazia o mesmo percurso: saía do metro na estação do Luxembourg, sempre na mesma saída, subia a rua, virava à esquerda, depois à direita, subia um bocadinho mais e, logo ao lado de uma boulangerie bem cheirosa, atendida por uma senhora mal humorada, ficava a porta da minha faculdade. Fazia sempre esse mesmo caminho, dia após dia, até que num deles, não sei porquê, me virei para trás. E foi então que a vi, ali no meio, imponente: a Torre Eiffel via-me todos os dias, de manhã e de tarde.
Paris tem encantos que ainda não descobri em mais lado nenhum no mundo.
Adorei, mas não sei se voltava a viver lá. Não sei, sequer, se voltava a viver aquele ano, porque o que aí vivi aí ficou, embora continue para sempre comigo, exatamente como diz o Hemingway: If you are lucky enough to have lived in Paris as a young man, then wherever you go for the rest of your life, it stays with you, for Paris is a mouveable feast.
E se calhar foi por isso mesmo que não consegui acabar de ver este vídeo (http://vimeo.com/14502628) sem que umas lágrimas viessem aqui dar o ar de sua graça.

Nostalgia. Acho que é essa a palavra.

Friday, 17 October 2014

Delicioso



Sabe mesmo mesmo bem acabar uma semana stressante com um dia de trabalho muito calmo, passar uma hora com a minha irmã a sentir o ar do mar, correr no ginásio até quase cair para o lado, comer uma banana com queijo para recuperar, jantar em Leça - para voltar a sentir o ar do mar - e aterrar na cama ou no sofá com um episódio de Grey's Anatomy, uma caneca de chá e um chocolate.
Gosto de sextas-feiras.


Tuesday, 14 October 2014

Isto de querer ser diferente...

Tenho duas formas de despedida por excelência - porta-te bem e diverte-te -, que uso indiferenciadamente: tanto posso dizer diverte-te ao meu irmão que vai fazer um teste, ou a alguém que vá às compras, como posso dizer porta-te bem a uma amiga que vai ter uma reunião de trabalho, ou a um amigo de casa de quem saio depois de um jantar.
O que vale é que já não me admiro que me achem tolinha...

Thursday, 9 October 2014

Bom dia


Acordar sem o despertador a mandar em mim, ficar um bocadinho mais no quentinho da cama, pegar num queque de mirtilo ou de chocolate (ou de uma mistura de ambos) e num chá ou num leite com café, voltar para a cama (ou mudar para o sofá) e por lá ficar, de preferência com mimos, até serem horas de dormir novamente.
Faria isto hoje sem qualquer espécie de problema.


Monday, 6 October 2014

Olá!

Uma noite fria, um copo de Bailey's, umas fatias de presunto com queijo e eu, depois de uma viagem de carro, sozinha, com as janelas abertas e a música ligada.
É em momentos destes que me sinto bem por ser eu, por ver a felicidade em pequenas coisas, por muito que ela possa acabar amanhã, ou mesmo daqui a duas horas.
Não aprendi a ser assim: a vida simplesmente ofereceu-me razões suficientes para isso.
Ultimamente esqueci-me dessa parte de mim, deixei-a de lado, reneguei-a para segundo lugar e favoreci a outra, a que me fazia ver o lado negro da coisa, que me trazia lágrimas em vez de sorrisos e de risos.
Um erro grande que devi a mim mesma corrigir.

Tears in heaven



Há quem imagine o dia do funeral como se se tratasse de um casamento, planeando cada pormenor, cada música, cada leitura, por aí fora. Nunca tinha pensado nisso. Se eu morrer morri. Desde que descubram o meu corpo e o ponham nalgum sítio, de preferência em forma de cinza, ao abrigo dos animais e das intempéries, fico descansada (na verdade, se não o fizerem também...).
Adiante. Nunca pensei no que quero que haja no meu funeral. Quero lágrimas e que digam que se perdeu uma das melhores pessoas que o mundo já conheceu, que vou fazer falta em todas as vidas e que me elogiem até à exaustão.
Para além disso, quero apenas que toque esta música. Não saída de um par de colunas, mas de uma guitarra e de uma voz em especial.

Vontades felinas

Chega-se esta altura do ano, em que se tira o pó às mantas, aos chás e às séries, e cai sobre mim uma vontade imensa de ter um gato. Daqueles pequeninos, de pelo denso e muito clarinho, para poder afagá-lo continuamente mesmo quando ele já se retorcer todo e estiver farto de colo e de mimos.
Acho que gatos combinam com o outono e comigo.


Thursday, 2 October 2014

How to look on the awesome side of life

Vai fazer praticamente um ano que escrevi isto:

Não sei se a felicidade é um destino, um caminho ou simplesmente uma maneira de encarar a vida. Só sei que seja o que for, neste momento tenho-a ao máximo. Claro que, insatisfeita que sou, aceitava de bom grado muitas coisas que a complementariam, como uma gatinha para me fazer companhia quando chego a casa... Também sei que, mais tarde ou mais cedo, posso revisitar este meu estado de espírito eufórico e pensar mal eu sabia.
Mas prefiro não pensar nessa eventualidade. Não para já quando três dias numa só semana já chegaram para várias voltas alucinantes no carrossel louco da vida.
Tudo corre bem.

Hoje escrevo: mal eu sabia, de facto.
Chegar ao fim de uma história que me deixou sem nada tem-me tirado as forças. Dormir é a melhor parte do dia, mas é também algo complicado de fazer quando se tem a cabeça completamente ocupada e o coração perdido e despedaçado.

No dia em que penso que não se pode bater mais no fundo, em que as coisas até começam a endireitar-se e a prometer correr bem, há qualquer coisa de estranho que me acontece e que, se numa situação normal me faria rir, neste momento aterroriza-me ante a possibilidade de poder acabar esquartejada numa qualquer rua da cidade sem que ninguém me encontre. 
É verdade que ninguém me manda ficar fora de casa até quase à uma da manhã de um dia de semana, mas foi isso que aconteceu ontem. Sou crescidinha, pensei. Nada de mal pode acontecer.
Lugar à porta de casa é mentira, pelo que parei o carro em frente a uma garagem e enfiei as tralhas dentro do prédio sob o olhar atento (creepy?) e os comentários de um homem na paragem de autocarro.
Entrei no carro e fui procurar um lugar. Descobri uma rua cheia deles, mas tive de parar exatamente em frente ao caixote de um sem abrigo, que saiu de lá de repente, pregando-me um susto de morte, e me gritou "boa noite, menina!".
Fiquei meia hora dentro do carro, mesmo mesmo em frente a ele, a tentar ganhar coragem para sair.

Hoje de manhã, de dia - com luz do dia é tudo mais fácil - cheguei ao carro confiante de que tinha sido apenas um susto sem repetição e dei com uma Vogue em cima do tejadilho do carro. Agradeci a ninguém e pu-la no chão.
Entrei no carro para vir embora e vi o sem-abrigo da véspera a correr rua acima e a dizer-me:
- Esta noite iam roubar-lhe o carro! Mas eu disse "o coreano não, leve antes o BMW".

Pisquei os olhos, agradeci-lhe.
Agora que estou a salvo, vou literalmente enrolar-me em posição fetal e chorar desalmadamente.

Wednesday, 1 October 2014

Presa às datas




Há um mês entrei no carro, ouvi esta música e sorri. Pressenti que algo de bom... de muito bom estava prestes a acontecer.

Há um mês foi um dos melhores dias da minha vida... Sem remorsos mas com pena.
Acabou.