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In other words...

Thursday, 11 December 2014

Olhar em frente

Há precisamente uma semana, num fim de tarde triste, saí de casa para ir, finalmente, ver a árvore de Natal nos Aliados. A minha intenção era arejar e acalmar-me, mas também tentar imbuir-me um pouco do espírito de Natal. Consegui a primeira, a segunda não deve cá chegar a tempo.
Eu, que não tomo decisões nem peço desejos na passagem de ano, senti-me como uma criança a pedir àquela árvore metalizada que me trouxesse apenas duas coisas.
A primeira chegou pouco depois e pode ser o que põe a outra, que não sei se algum dia terei, em segundo plano.
Hoje, enquanto bebo um copo de Bailey's bem frio, depois de ter ido, novamente, dar uma volta para me acalmar, percebo que devo focar-me naquilo que posso controlar, em ser a melhor versão de mim mesma, em dar o melhor de mim, em exigir de mim e em contar com mais ninguém. Tudo o que vier para além disso é um bónus.

Tuesday, 9 December 2014

Coisas estranhas

Depois de reservar uma noite só para mim, abri uma quantidade ridícula de janelas de chat e combinei jantares, almoços e lanches para o resto da semana com várias pessoas diferentes.
Como eu gosto disto!

É verdade

É fácil dizer que se morre por amor, mas não é fácil, de facto, morrer por amor. A maior parte das vezes, curte-se o desgosto, limpam-se as armas e sai-se de novo em campanha.

Miguel Sousa Tavares, in Não se encontra o que se procura

Crónicas de uma noite

Ontem estava com tanto frio, mesmo debaixo de várias camadas de roupa de cama, que me deitei com uma écharpe enrolada à volta do pescoço.
Acordei a meio da noite e devo ter ficado uma hora acordada. A pensar na vida? Nos problemas sérios de amanhã? Nada disso, a fazer mentalmente a ementa para o meu lanche de aniversário.
Foi uma noite produtiva, portanto.

Saturday, 6 December 2014

Luxo


Luxo é trabalhar no prédio onde vive a minha irmã e receber um telefonema dela, só porque sim, para passarmos o resto da tarde juntas. E fazer isso mesmo: comprar um croissant, encher um copo com coca cola zero (sempre zero), enfiar-me debaixo de uma manta ao lado dela e falar bem e mal até serem horas de ir comprar ingredientes para o jantar que me comprometi a fazer. E passar o resto da noite a rir, a beber sommersby e a tentar comer uma fatia gigante de bolo de chocolate.
Luxo é ser quase inverno e eu sentir que, de certa forma, posso recuperar o meu verão.

Thursday, 4 December 2014

Querido Pai Natal...

Estava pronta para pedir ao Pai Natal que este ano me desse apenas uma dose suficiente de amnésia para esquecer que 2014 alguma vez tinha acontecido. Até que entrei no meu carro, numa fria mas aconchegante noite de fim de outono, depois de um ótimo jantar numa ótima companhia e constatei que este ano conquistei mesmo muita coisa. Os últimos dias são prova disso, os próximos também e, sinto, o que aí vem há-de ser uma boa consequência deste ano turbulento.
Portanto peço apenas que o Pai Natal me traga um 2015 calmo. Só isso, calmo.

Sufoco

Ontem voltei a ter um triste encontro com a realidade das temperaturas baixas: quando o tempo está frio não consigo correr sem que a minha garganta se feche como se tivesse um pedregulho lá dentro. E eu, que até estava a fazer um bom ritmo, tive de resignar-me a algo semelhante a uma marcha e a aceitar que, até as temperaturas voltarem a aumentar, as corridas passarão a ser feitas na passadeira, indoors.
Mas quando parei para recuperar algum do oxigénio, sentei-me num montinho de relva mesmo em frente ao rio, com o sol a dar-me na cara, a fazer uma introspeção e a tomar decisões de vida. Bem,  de resto, ultimamente é quase só a isso que me dedico.
Ocorreu-me, então, um pensamento que me sufocou um pouco mais do que a falta de ar durante a corrida... Há gente de quem nos despedimos numa de um dia destes combinamos qualquer coisa e que somos capazes de nunca mais encontrar, mas isso não nos inquieta. De vez em quando somos capazes de nos lembrarmos dessas pessoas, mas temos a segurança de que um dia, se quisermos, podemos pegar no telefone e combinar um café. No entanto, há gente de quem nos despedimos conscientemente para sempre, da vida de quem saímos e a quem pedimos para sair da nossa por sabermos que é o melhor a fazer, e, ainda assim, passamos dias de clausura a chorar de saudades, a sentir o coração apertado e os pulmões incapazes de trabalhar.
Que sentido é que isto faz?